Achei esse livro (Como Salvar Uma Vida, de Sara Zarr) na estante de novos exemplares na biblioteca e o título me chamou a atenção. Gosto do que trata da vida. Abrangente, eu sei. Mas nem tudo que se diz tratar da vida o faz realmente.
Este livro sim.
Logo nas primeiras páginas somos recepcionados por duas personagens protagonistas cuja existência está mergulhada na incerteza resultante de acontecimentos naturais, mas trágicos, que acometeram suas vidas; Jill e Mandy.
Este livro sim.
Eu estava em cima de uma árvore lendo quando tirei a foto.
Logo nas primeiras páginas somos recepcionados por duas personagens protagonistas cuja existência está mergulhada na incerteza resultante de acontecimentos naturais, mas trágicos, que acometeram suas vidas; Jill e Mandy.
Jill é uma menina adolescente que tinha uma vida agradável que beieava à perfeição, mas se vê perdida quando seu pai é morto em um acidente de carro e tudo começa a desmoronar. Sem saber ou querer lidar com o próprio luto e perda, ela se torna uma pessoa diferente, fechada, com mágoas, angustiada, que repele todos ao seu redor pois tem medo do que se tornou e não quer encarar as dores do que o passado lhe trouxe.
Jill se perde, literalmente. A Jill de antes não mais existe, a menina otimista, feliz, alegre e esperançosa foi substituída por uma Jill que não vê mais perspectiva alguma de um futuro bom e agradável, uma vida que valha a pena. Mas Jill quer se reencontrar, quer salvar a si mesma, essa vida que se perdeu; no entanto, não sabendo por onde começar a procurar o que era antes de toda a tragédia que caiu sobre sua vida, uma vez que seu maior ponto de referencia para si mesma era o pai, agora morto, ela não sabe como ou se poderá se reencontrar, se conhecer novamente e salvar a si mesma.
Então Mandy entra, também perdida, em sua vida.
Mandy é uma adolescente de 18 anos, grávida fruto de uma relação com um menino por quem se apaixonou e com quem ficou por apenas uma noite. Diferentemente de Jill, Mandy não teve, em período algum, uma vida boa. Filha de uma mulher que só não a abortou porque tinha esperança de conseguir dinheiro do homem casado de quem engravidou, Mandy sofreu, durante toda a sua vida, o abandono de uma mãe que a tratou com indiferença e desimportancia desde que não conseguiu lucrar com a filha, uma vez que o homem/pai fugiu antes mesmo de conhecer a criança.
Tendo sido abusada pela grande maioria dos namorados que a mãe já teve (inclusive o último, de quem também fugiu), Mandy tem uma vida marcada por feridas que lhe foram infringidas ao longo de toda a infância e adolescência, e após descobrir a respeito da própria gravidez, se vê querendo oferecer uma vida diferente ao seu bebê.
Mandy sabe que não conseguiria isso estando no lugar onde estava, com a mãe e o padrasto que a abusava, assim decide oferecer o bebê a uma adoção aberta, onde outras pessoas assumem a maternidade de acordo com os desejos da mãe biológica, sem envolvimento de advogados.
Assim ela acha a mãe de Jill, que também perdida com a morte do marido, decide que quer algo a mais, uma criança a quem dedicar amor e se sentir completa novamente. Através de um anúncio que a mãe de Jill posta em um site de adoção aberta, informando que quer oferecer um bom lar a uma criança a quem amar, ela e Mandy começam a se comunicar através de e-mails e estabelecem os parâmetros da adoção, os quais, decididos por ambas, definem que Mandy vai morar na casa de Jill e sua mãe até o nascimento do bebê.
A partir de então seguem-se as histórias das duas jovens que são impelidas, pelas ocorrências naturais da vida, a aprender a conviver entre si e encarar o próximo de uma forma mais altruísta e amável, mesmo que sua situação seja muitíssimo diferente da nossa.
Os personagens são apaixonantes como raramente se encontram em histórias, me apeguei a cada um deles e senti saudades quando terminei a leitura. De temperamentos bem variados, nos envolvemos com cada um; de Jill, a menina explosiva, rebelde e forte, a Mandy, frágil, perdida, com uma ingenuidade infantil a respeito da vida. A narrativa torna latente o contraste entre as duas personalidades e isso marca as páginas com os fracos e fortes de cada uma, as oscilações em seu humor e expressões de seus sentimentos.
Devo dizer que o livro me surpreendeu, pois nos primeiros momentos da leitura me pareceu de uma linguagem e perspectivas meio infantis, mas minha opinião inicial se demonstrou errada, nada além de um equívoco, e a história e a escrita permitiram ao livro ganhar espaço entre os favoritos na minha estante, tal como me renderam várias linhas transcrevendo muitas citações que achei dignas de nota.
Jill se perde, literalmente. A Jill de antes não mais existe, a menina otimista, feliz, alegre e esperançosa foi substituída por uma Jill que não vê mais perspectiva alguma de um futuro bom e agradável, uma vida que valha a pena. Mas Jill quer se reencontrar, quer salvar a si mesma, essa vida que se perdeu; no entanto, não sabendo por onde começar a procurar o que era antes de toda a tragédia que caiu sobre sua vida, uma vez que seu maior ponto de referencia para si mesma era o pai, agora morto, ela não sabe como ou se poderá se reencontrar, se conhecer novamente e salvar a si mesma.
Então Mandy entra, também perdida, em sua vida.
Mandy é uma adolescente de 18 anos, grávida fruto de uma relação com um menino por quem se apaixonou e com quem ficou por apenas uma noite. Diferentemente de Jill, Mandy não teve, em período algum, uma vida boa. Filha de uma mulher que só não a abortou porque tinha esperança de conseguir dinheiro do homem casado de quem engravidou, Mandy sofreu, durante toda a sua vida, o abandono de uma mãe que a tratou com indiferença e desimportancia desde que não conseguiu lucrar com a filha, uma vez que o homem/pai fugiu antes mesmo de conhecer a criança.
Tendo sido abusada pela grande maioria dos namorados que a mãe já teve (inclusive o último, de quem também fugiu), Mandy tem uma vida marcada por feridas que lhe foram infringidas ao longo de toda a infância e adolescência, e após descobrir a respeito da própria gravidez, se vê querendo oferecer uma vida diferente ao seu bebê.
Mandy sabe que não conseguiria isso estando no lugar onde estava, com a mãe e o padrasto que a abusava, assim decide oferecer o bebê a uma adoção aberta, onde outras pessoas assumem a maternidade de acordo com os desejos da mãe biológica, sem envolvimento de advogados.
Assim ela acha a mãe de Jill, que também perdida com a morte do marido, decide que quer algo a mais, uma criança a quem dedicar amor e se sentir completa novamente. Através de um anúncio que a mãe de Jill posta em um site de adoção aberta, informando que quer oferecer um bom lar a uma criança a quem amar, ela e Mandy começam a se comunicar através de e-mails e estabelecem os parâmetros da adoção, os quais, decididos por ambas, definem que Mandy vai morar na casa de Jill e sua mãe até o nascimento do bebê.
A partir de então seguem-se as histórias das duas jovens que são impelidas, pelas ocorrências naturais da vida, a aprender a conviver entre si e encarar o próximo de uma forma mais altruísta e amável, mesmo que sua situação seja muitíssimo diferente da nossa.
Os personagens são apaixonantes como raramente se encontram em histórias, me apeguei a cada um deles e senti saudades quando terminei a leitura. De temperamentos bem variados, nos envolvemos com cada um; de Jill, a menina explosiva, rebelde e forte, a Mandy, frágil, perdida, com uma ingenuidade infantil a respeito da vida. A narrativa torna latente o contraste entre as duas personalidades e isso marca as páginas com os fracos e fortes de cada uma, as oscilações em seu humor e expressões de seus sentimentos.
Devo dizer que o livro me surpreendeu, pois nos primeiros momentos da leitura me pareceu de uma linguagem e perspectivas meio infantis, mas minha opinião inicial se demonstrou errada, nada além de um equívoco, e a história e a escrita permitiram ao livro ganhar espaço entre os favoritos na minha estante, tal como me renderam várias linhas transcrevendo muitas citações que achei dignas de nota.
O próprio título nos brinda com uma reflexão; numa primeira lida desatenta somos levados a pensar que a semi-orfã Mandy é quem precisa de salvação, mas no decorrer da história, aos poucos compreendemos que status social, dinheiro e condições de vida confortáveis, como as de Jill e sua mãe, são apenas a pontinha do iceberg na lista de prioridades humanas, muito abaixo daquilo que apenas o afeto e amor compartilhado pode proporcionar.
Acima de tudo, o livro nos faz lembrar que, em maior ou menor urgência, todos nós, uma hora ou outra, precisamos de uma salvação.
Recomendadíssimo!
Uma citação:
Recomendadíssimo!
Uma citação:
''Não quero que seja assim, mas não sei como fazer não ser.''
-Como Salvar Uma Vida
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