Pensar na loucura é louco.
Ela é tão complexa, certo? Tão maleável, cortante, afiada e selvagem. Tão sutil.
Me interesso muito por psicologia e psiquiatria, no entanto tenho algumas divergências de opinião com relação a essas duas ciências. Possivelmente por ignorância, é muito difícil para mim enxergar a possibilidade de catalogar, organizar e entender plenamente a mente de alguém. E digo isso porque há 18 anos estou tentando entender a minha e, sinceramente, por vezes penso estar radicalmente confusa, perdida e errada sobre esse emaranhado confuso que chamamos ''pensamentos''. Se eu não consigo entender minha mente, pode um psicólogo fazê-lo? Não sei.
A loucura é um tema que atrai bastante meus pensamentos, pois ela é muito interessante.
Já passei por problemas psicológicos sérios, já tive longos tratamentos com remédios de tarja preta, já fui a inúmeras consultas com psicólogos e psiquiatras. Já tive crises sérias. Já cheguei perto da loucura.
Uma vez, quando eu estava numa situação emocional realmente complicada, sentia minha mente e sanidade como um balãozinho de gás preso a mim por um fio muito tênue e delicado, como um fio de cabelo. Às vezes balão começava a subir, subir, subir, e o fio parecia ir se esticando cada vez mais, ficando mais fino, frágil. E o balão não parava de subir. E o fio não parava de esticar. Eu sabia que o balão precisava parar de subir, sabia que se o fio arrebentasse eu teria seríssimos problemas. Mas o balão continuava subindo, o fio continuava afinando. Ele precisava parar, mas não parava. O desespero começava a se aproximar de encontro a mim com força cada vez maior.
Eu ia me perder, perderia minha mente, não saberia de mais nada, não existiria mais como Carolina, a loucura me engoliria se o balão não parasse de subir, se o fio se rompesse e o balãozinho da minha sanidade flutuasse para longe.
-E esse fio chegou a se romper? O balão se soltou? - perguntou o psicólogo.
-Não! Não...ele não se soltou..
-Que bom. Porque se isso tivesse acontecido, você poderia não estar aqui, as coisas poderiam estar bem piores e mais difíceis.
Eu sei. Eu sei.
Mas eu não disse isso. Não disse que, com toda a certeza de que sou capaz, sei que de maneira nenhuma eu estaria alí onde estava, sentada naquela cadeira e falando com ele com calma e coerência. Eu não disse isso, não disse que sabia que estaria batendo com a cabeça na parede, chupando o dedo e girando em círculos ou o que quer que nossa mente nos faça fazer quando a perda do controle é total.
Eu não disse nada disso a ele, mas eu sabia, e ele também.
Mas por mais perto que chegasse disso, o fio nunca se rompeu. E esse foi um dos milagres que Deus fez em mim.
É tão incrível para mim pensar na loucura após tê-la sentido de perto. Arrepia um pouco, pois agora ela não é um conceito abstrato e distante para mim. Agora consigo vê-la em minha mente, consigo saber de fato como ela é, consigo senti-la ao longe, entendê-la.
Ela é tão complexa, certo? Tão maleável, cortante, afiada e selvagem. Tão sutil.
Me interesso muito por psicologia e psiquiatria, no entanto tenho algumas divergências de opinião com relação a essas duas ciências. Possivelmente por ignorância, é muito difícil para mim enxergar a possibilidade de catalogar, organizar e entender plenamente a mente de alguém. E digo isso porque há 18 anos estou tentando entender a minha e, sinceramente, por vezes penso estar radicalmente confusa, perdida e errada sobre esse emaranhado confuso que chamamos ''pensamentos''. Se eu não consigo entender minha mente, pode um psicólogo fazê-lo? Não sei.
A loucura é um tema que atrai bastante meus pensamentos, pois ela é muito interessante.
Já passei por problemas psicológicos sérios, já tive longos tratamentos com remédios de tarja preta, já fui a inúmeras consultas com psicólogos e psiquiatras. Já tive crises sérias. Já cheguei perto da loucura.

Eu ia me perder, perderia minha mente, não saberia de mais nada, não existiria mais como Carolina, a loucura me engoliria se o balão não parasse de subir, se o fio se rompesse e o balãozinho da minha sanidade flutuasse para longe.
-E esse fio chegou a se romper? O balão se soltou? - perguntou o psicólogo.
-Não! Não...ele não se soltou..
-Que bom. Porque se isso tivesse acontecido, você poderia não estar aqui, as coisas poderiam estar bem piores e mais difíceis.
Eu sei. Eu sei.
Mas eu não disse isso. Não disse que, com toda a certeza de que sou capaz, sei que de maneira nenhuma eu estaria alí onde estava, sentada naquela cadeira e falando com ele com calma e coerência. Eu não disse isso, não disse que sabia que estaria batendo com a cabeça na parede, chupando o dedo e girando em círculos ou o que quer que nossa mente nos faça fazer quando a perda do controle é total.
Eu não disse nada disso a ele, mas eu sabia, e ele também.
Mas por mais perto que chegasse disso, o fio nunca se rompeu. E esse foi um dos milagres que Deus fez em mim.
É tão incrível para mim pensar na loucura após tê-la sentido de perto. Arrepia um pouco, pois agora ela não é um conceito abstrato e distante para mim. Agora consigo vê-la em minha mente, consigo saber de fato como ela é, consigo senti-la ao longe, entendê-la.
Agora, depois da experiência, tento não deixar algo assim -a real consciência acerca do que a loucura é- interferir de forma danosa em minha vida. Mas, dada a magnitude do que um pensamento desses pode despertar, deixar esse saber de lado para conduzir uma existência tranquila e "normal" não é uma tarefa das mais fáceis.
Porque, sabendo o que ela constitui, torna-se impossível ignorar a loucura.
~~~~~~
Bom, não sei bem qual é meu propósito com esse texto. Acho que eu só precisava escrevê-lo.
Espero que, para alguém, seja bom lê-lo.
~~~~~~
Bom, não sei bem qual é meu propósito com esse texto. Acho que eu só precisava escrevê-lo.
Espero que, para alguém, seja bom lê-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário