As últimas semanas têm sido complicadas pra qualquer coisa, que dirá sentar e escrever um texto coerente para um blog inexplorado... Esse é um dos motivos pelos quais não tenho aparecido aqui para nada além de postar resenhas literárias.
Sabe aqueles estágios da vida em que você olha pra trás e percebe, sente que todos os problemas que eclodiram na sua cara agora estavam se amontoando e se preparando há muito para esse momento? É nesse ponto que me sinto.
Sabe aqueles estágios da vida em que você olha pra trás e percebe, sente que todos os problemas que eclodiram na sua cara agora estavam se amontoando e se preparando há muito para esse momento? É nesse ponto que me sinto.
Trezentas coisas saíram dos eixos e correm desgovernadas numa trama de linhas de trem diferentes, e fico com aquele medo, aquele receio de que elas se choquem. Não sei como colocar nem uma delas nos rumos.
Meu futuro como estudante, que me garantiria um futuro como profissional, continua incerto e isso me preocupa -como também me preocupa o desânimo que às vezes me acomete quando penso nas mudanças a empreender para mudar essa inércia.
Eu ainda não falei aqui (nem sei se pretendo) sobre a comédia que anda minha vida amorosa de uma maneira aberta, direta e franca; só mencionei de forma meio metafórica, como se fosse um conto sobre a vida de outro alguém. Mas enfim, corroborando, a coisa tá uma comédia que só faz chorar (literalmente), e no cenário atual em que se desenvolve a peça da minha vida, ela tem sido um personagem bem triste e dramático.
Minha relação familiar é outro drama, um dos mais difíceis de lidar. Às vezes me sinto mais deslocada que uma peça de lego num tabuleiro de xadrez (altas metáforas) quando estamos juntos (o que já ocorre com raridade). Me sinto errada, defeituosa, como se tivesse um defeito de fábrica. A ovelha negra, sabe? Isso acontece há muito, esse sentimento de ''não pertenço a esse lugar'', mas tem se feito notar no últimos tempos especialmente por causa do momento em que me encontro, nessa fase problemática de transição entre adolescência-vida adulta. Tenho que arranjar emprego e parece que nada dá certo: frustração pessoal e reprovação familiar. Tenho que entrar na faculdade e isso ainda não aconteceu: autorrecriminação pessoal e incerteza familiar. Tenho que ACHAR O RUMO DA MINHA VIDA e até agora n.a.d.a. engrenou e parece que o ambiente ao meu redor (predominantemente familiar na maioria dos dias) pesa com a consciência dessas questões e isso tem sido uma droga.
Também percebi, recentemente, que a relação com algumas pessoas da família não melhorou coisa nenhuma, não evoluiu para algo mais amigável não, como eu achei que havia. Meu contato com essas pessoas apenas tinha rareado, dificultando a ocorrência de divergências e conflitos. Mas, em pouco tempo de aproximação, percebi que esses embates de diferenças continuam tão inflamáveis quanto antes e isso foi meio mééh (?). Mas o que foi mais mééh (?) ainda foi vivenciar novamente esses conflitos e brigas aflorando. Sofrer com eles, me enraivecer com eles, me revoltar com eles. Tudo de novo e mais uma vez.
Tenho sentido tanta raiva por tudo isso, por essa hostilidade que vejo me cercando, que conviver com meu próprio enraivecimento tem se tornado insustentável. É como um tumor em minha vida, um tumor que precisa ser cirurgicamente removido logo. Mas não sou cirurgiã (altas metáforas²).
Se bem que toda essa sensação premente de inadequação decididamente não acontece só dentro da família...É, não mesmo. E isso merece todo um textão bem dramático e ''vamos cortar os pulsos'' por si, mas fica pra outra hora porque de chororô já tá bastando esse aqui, né? É. Então nem vou abordar muito minha autoestima fracassada e a autoimagem cagada, porque né.
Sabe aqueles dias em que uma vontade de simplesmente deitar e chorar fica sufocando e comprimindo teu peito? Você está no meio de um monte de gente que obviamente não entenderia nada e te perguntaria ''por quê?'' e você SÓ. PRECISA. CHORAR. Só isso. Mas não dá, porque você não está sozinho e não quer chamar a atenção de ninguém, não quer que percebam que você está um caco.
Então aquela vontade, que passa a ser uma necessidade exigente, só aumenta, aumenta e aumenta. Começa a te consumir por dentro e ameaça explodir. Sabe? Tenho sentido isso toda semana.
Senti esses dias. Estava na casa da minha cunhada (porque meu irmão mais novo tá namorando, já falei? Eu nem pra isso sirvo, ao que parece...) com parte da família, e sentia uma vontade terrível de chorar. Tinha brigado em casa, recebi os xingamentos habituais e aquelas críticas de merda que ninguém aguenta ''por que tu tem que ser assim?'', além daquela penca de olhares reprovadores que sempre acompanham esse tipo de situação, e estava me sentindo um lixo. Não queria ficar nem comigo mesma, com os outros, então... Queria chorar, só queria chorar, mas tinha que ficar lá socializando, sorrindo e simulando aquela expressão de ''tá tudo bem'' que eu passei a desaprender como se faz.
Fugi na primeira oportunidade. Íamos a uma praça ficar fazendo nada mas consegui desconversar. Meus irmãos foram e vim pra casa sozinha. Vim tentando reter as coisas pelo caminho mas quando cheguei em casa simplesmente deixei tudo correr. Entrei chorando, troquei de roupa chorando, deitei chorando e assim fiquei, por um bom tempo. Chorei, chorei, chorei. Foi preciso, tudo em mim urgia por esse momento.
Sabe esses dias em que você simplesmente só consegue sentir essa vontade insana e desesperadora de chorar?
Tô cansada de viver eles.
(Uma foto meio aleatória porque não gosto de deixar os posts sem efeito visual e porque postar foto de rosto com lágrimas já é depressivo demais até pra mim, né -além de inaceitável demais pra qualquer um.)
Não sei como tem gente com blogs assim totalmente públicos e conhecidos por seus ciclos sociais, porque como é que ficam os parentes, amigos e conhecidos lendo esse tipo de drama existencial da gente?
Fica a dúvida.
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