De Charles Kiefer (amei esse nome)
É um livrinho fino de letras grandes, uma leitura simples e
fluída, de um dia só. Não conhecia o autor em nada, mas ele é gaúcho e já teve
notoriedade por aqui. Trouxe pra casa por causa do título (gosto de piano) e
porque também amo contos, mas não fazia a menor ideia do que esperar. Não
lamentei o que encontrei.
Não há muito como eu me alongar nessa resenha pois os contos
são pequenos (como o livro todo) e obviamente não irei abordar cada um deles
aqui. São 14 contos em apenas 58 páginas, mas devo dizer que o conjunto da obra
me surpreendeu de um jeito muito bom. Amei a escrita do autor, ela mescla uma
leveza carregada de toques melancólicos aqui e ali que não nos deixam reduzi-la
nem a leve nem a pesada, e sim a uma junção das duas características; coisa rara,
eu diria.
Gaúcho, ele faz notar sua origem através de várias palavras
tradicionais apenas ao Sul, mas não de forma muito rebuscada e ininteligível a
quem nasceu depois de 99 e não vive num CTG. A leitura acabou se fazendo mais
divertida pra mim por conta dessa característica.
No mais, devo dizer que a profundidade da escrita me tocou,
me envolveu, me cativou e ganhou meu respeito. Há tantos trechos bonitos e
singelos, até sagazes, espalhados por essas 58 páginas que tive que marcá-las a
lápis (ainda tenho dó de usar caneta definitiva) várias vezes. As palavras,
ditas por Kiefer, me conquistaram.
Não li nem um único romance dele, nem um único livro além
desse, e talvez a forma com que ele discorre em suas publicações mais longas se
demonstre diferente do que ele fez aqui, nesses contos, de maneira que não é
certa uma aprovação de minha parte, uma simpatia quanto a seus outros livros;
mas depois de ler esse, certamente estou disposta a arriscar, se outros
exemplares dele cruzarem o meu caminho. Tô precisando aumentar o rol de
escritores nacionais cujas páginas passaram sob meus olhos. ;)
Como previsto, esse resenha (isso chega a ser resenha?) vai ficar bem pequeninha, por conta da pequenez do exemplar abordado, então estou acabando ela por aqui. Consideremos uma pausa nos meus textões que ninguém aguenta ler. :)
Uma citação:
''O MENINO SENTIU UM CAROÇO NA GARGANTA, E NO PEITO UMA ANGÚSTIA MEDONHA; A FELICIDADE, QUANDO É DEMAIS, TAMBÉM MACHUCA.''
-Dedos de Pianista, o conto
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