26/05/2017

Livros que deveriam ser leitura obrigatória para o vestibular.

Eu andei entrando nuns grupinhos bloguísticos internet afora, e achei eles um tanto aconchegantes e convidativos. Portanto, passo a ser integrante orgulhosa daquele antro de gente doida que ama essa coisa que é escrever e blogar. Um desses grupos, o Café Com Blog <3, tem uns projetinhos de postagens em conjunto, a Blogagem Coletiva (que atenderá pela sigla BC aqui no blog) e a Blogagem Coletiva Relâmpago (BCR, por sua vez), que ocorrem mensal e quinzenalmente, respectivamente. Uma das BCRs desse mês tem como tema uma coisa já muito presente nesse blog, além de ser, naturalmente, um dos meus assuntos preferidos da vida: livros. <3 (Ando viciada nesse coraçãozinho bundudo.)
Entre os tópicos disponíveis sobre os quais discorrer dessa vez, escolhi livros que deveriam ser leitura obrigatória para o vestibular. Dei uma breve olhada (mentira, fiquei 1h lá) na minha estante virtual e escolhi os títulos que atendem a essa proposta. Vale lembrar que alguns deles (entre os nacionais, principalmente) talvez sejam, de fato, leituras obrigatórias, mas vou reiterar essa categoria expondo meus motivos para a permanência nessa lista. Pra compor essa coletânea, parti do princípio de que os livros escolhidos, uma vez que estão inseridos em um contexto de teste de conhecimentos, invariavelmente devem ser aqueles que têm ensinamentos a passar adiante e aplicar no dia a dia. Então vamos ver aqui títulos que toda criatura que quer se preparar de maneira profunda para o convívio em sociedade (nesse caso, exercendo funções específicas e recorrendo a um alicerce que oferece uma gama de conhecimentos, como as universidades deveriam ser) deveria ler, porque assistindo aos noticiários por 5min percebemos que existem certas coisinhas que quem tá vivo e não vive isolado numa redoma deveria saber antes de colocar os pés no mundo, e acho que muitas dessas coisinhas também valem pro ensino superior. CLARO que não vou escrever um manual da boa convivência aqui, porque seria humanamente impossível abordar, num post só, toda dose de sabedoria que cada um de nós deveria absorver, em algum momento da vida. Restrinjo o post ao que pude aprender em alguns dos livros que li, e não na vida toda até então (até porque sou bem bosta e tenho muito a aprender; certamente em número maior do que o que já aprendi). (Também não tenho a pretensão de declarar isso aqui uma lista absoluta que deve ser estudada para a garantia de uma procedência sábia, porque quem sou eu pra falar, não é mesmo?)
Mas enfim, livros, ensinamentos, coisas que devemos saber pra sermos humaninhos legais, vestibular... Dá pra estabelecer uma conexão, né? Então é isso, já tô prevendo um texto quilométrico, porque tentei (juro que tentei) enxugar a lista o máximo possível mas ainda assim terminei fechando ela com 18 livros. =/ Mas ok, desculpa minha prolixidade e não desiste de mim vamos aos listados da vez:

1. Forest Gump

Porque esse livro tece uma história plausível, apesar de claramente extraordinária, que vai contra toda a receita de sucesso e prosperidade que a sociedade difunde incessantemente sobre nós, que estamos constantemente ansiando e pedalando, de maneira incerta, na maior parte do tempo, em direção a uma vida bem sucedida.
Crescemos rodeados pela premissa de que, para fazer diferença, para importar, para que sua vida tenha valor em meio a tantas outras, você precisa ser inteligentíssimo, extraordinário, com talentos variados e acentuados, nascido em berço de ouro ou com uma beleza física notável. Em suma, você não pode ser ''normal'' ou ''simples''. Os normais não valem a pena, são descartáveis. Você precisa ser extraordinário. Mas quem define o que é o ''normal'', afinal? Algum de nós é? Forest era um moço, se não ''na média'', certamente abaixo dela. Com um QI que beirava o ridículo, criado sem luxo e regalias pela mãe, numa infância nem um pouco destacável, sem beleza, sem grande talentos... Mas ele fez diferença. Fez e viveu coisas incríveis e espetaculares. Ele era gente como a gente (talvez mais simplório que nós, ainda), não muito bonito nem muito talentoso, não era rico e não teve uma criação maravilhosa. Mas ele importou. A existência dele ficou registrada nas linhas que tecem o mundo, mesmo que de maneira efêmera. Se ele, um cara super normal, conseguiu, porque a gente acha que não consegue? Porque tentamos fazer, às vezes inconscientemente, com que os outros também não acreditem que conseguem?
Conseguimos, sim, e isso é algo que todo mundo deveria saber.

2. O Diário de Anne Frank

Preciso explicar? Acho que não. A Anne, essa moça tão singular, vem ensinando coisas de geração a geração, e todas as lições que ela transmite através de seu diário deveriam ser incorporadas à vida de cada um de nós. Matéria obrigatória pra quem vive em sociedade. À sua maneira, ela e Forest Gump nos ensinam coisas semelhantes: uma menina de classe média, judia, vivendo num contexto que inferiorizava sua raça, era tão ou mais importante, tão ou mais digna de ter vida, tão ou mais capaz de aprender com aquilo que a cercava quanto o fuhrer; este que, por sua vez, se encontrava no mais alto nível do escalão alemão e cometeu atrocidades. Anne mostra que a sabedoria pode ser encontrada nos lugares mais simples, e que nem por isso sua singularidade é comprometida.

3. O Retrato de Dorian Grey

Esse livro, apesar de ter sua sutileza, acaba trazendo enfáticas considerações e reprimendas a respeito de um mal presente em cada criatura humana que pisa nessa terra, e que normalmente se manifesta de maneira extremamente nociva: a vaidade. Seduzido por prazer, beleza, jovialidade e insira aqui vários outros pecadinhos capitais, ao ver sua imagem belíssima retratada em um quadro, o jovem Dorian deseja permanecer para sempre assim, jovem e bonito. O desejo, não sabemos bem como, lhe é concedido, e a partir disso vemos toda a degradação que assola essa decadente criatura, cega por bajulação, seduções e paixões.
Também não é preciso explicar muito a lição que o livro passa (até porque tô querendo evitar spoilers), uma vez que esse aprendizado, em verdade, deveria estar muito bem incrustado em cada um de nós: a vaidade é um veneno, e quanto mais você tomar, mais cedo perecerá. Todo mundo deveria saber dessa.

4. Cem Anos de Solidão

Esse livro, para mim, ensina uma coisinha bem fundamental, mas que por muitas vezes passa despercebida: nós somos solitários. Nós, humanos. Isso não precisa ser necessariamente ruim, ou encarado com um fatalismo dramático; simplesmente é assim e precisamos aprender a viver com isso. A solidão caminha sobre a humanidade como uma presença constante, sutil e atemporal. Podem vir anos e ir anos, podemos estar cercados por 2 pessoas ou 1000, em momento de festa ou de velório, não importa. A solidão pode chegar até nós e conhece muito bem esse caminho. Não adianta tentar fugir ou se precaver, não adianta erguer mil muralhas ou tomar trezentas medidas antecipadas, às vezes a solidão simplesmente nos atinge e a vida é assim. Ponto. Devemos aprender a saber lidar com a solidão.

5. Frankenstein

Lição: não dá pra ir ao cemitério, catar 50 pedaços de corpos diferentes entre os cadáveres, juntar tudo num bicho, dar vida à criatura e simplesmente ficar assim, tá tudo ótimo, tá tudo ok, tá tudo bem. NÃO DÁ.
Minhas babaquices à parte, gosto muito do livro. Lembro que quando li ele me levou a refletir sobre uns três (ou mais) assuntos principais, todos dignos de nota, mas infelizmente não lembro de todos. Porém, um aprendizado que fica é sobre a humanidade. Mais verbo que substantivo, aqui. Lembro de pensar que, nossa, sair de um corpo humano (oi, mãe) habitando um corpo humano (euzinha, olar) que foi formado a partir da junção de dois outros corpos humanos ( ͡° ͜ʖ ͡°) inseridos em um grupo de humanos (sociedade) não necessariamente me confere uma humanidade indubitável. A humanidade, por conseguinte, é algo que deve ser cultivado, procurado, ansiado. Somos supostamente humanos mas frequentemente adotamos comportamentos tão vis quanto as piores bestas. A criatura criada (meio redundante, né) pelo Dr. Frankenstein constantemente se mostrava mais humana que qualquer outra pessoa que a cercava. Isso nos diz algo. Algo que devemos ouvir.

6. O Nome da Rosa (Resenha aqui)

Eu fiquei com muita vontade de fazer um adendo adicionando O Anatomista aqui nesse mesmo tópico também, mas ok, me contive. Ambos colocam em enfoque uma mesma questão: intolerância religiosa. Mas vou deixar só a recomendação ao livro O Anatomista (sério, esse livrinho = <3) aqui, resumindo-me a discorrer apenas sobre O Nome da Rosa; neste último, vemos diversas figuras religiosas indo a extremos com o objetivo de apregoar suas crenças, impondo suas diretrizes (muitas vezes completamente dissimuladas) goela abaixo de quem aparece à sua frente. Para tanto, nenhum esforço é poupado, nenhum absurdo é recusável e não existem escrúpulos. Além de atentar o leitor, precavendo-o a respeito desse tipo de postura que se manifesta constantemente na sociedade (e definitivamente não através apenas de figuras religiosas), o livro também nos faz enxergar o outro lado da moeda, que é o estereótipo preconceituoso que cerca toda e qualquer pessoa com crenças em entidades divinas: são fanáticos, são loucos irracionais, não sabem estudar e usar a lógica, não tão sabendo lidar com as ciências da vida, ovelhinhas enganadas pelo pastor, blábláblá ~ assim os outros pensam e dizem (eu sou cristã e posso dizer que essa merda acontece muito, sério, especialmente na internet, onde anônimos não têm rosto). Através de um dos personagens centrais, o monge Guilherme, nós vemos um crente que, ao contrário do que prega a maioria, desenvolveu plenamente suas faculdades mentais, atendendo a um apelo pessoal para a pesquisa científica. Guilherme é incrível, é inteligente, Sherlock metido a cientista... e é cristão. Pois é, olha que louco.
As pessoas deveriam saber que isso acontece, e é por isso que esse livro tá aqui, na minha lista não tão imaginária assim de leituras obrigatórias para o vestibular.

7. Olhai Os Lírios do Campo

Mais um livro que fala sobre a beleza da simplicidade. O personagem central, Eugênio, é um estudante de medicina que sempre se sentiu inferior aos outros por ser oriundo de uma família pobríssima. Ele passa todos os anos de sua graduação e boa parte da carreira de médico depois dela tentando provar a si mesmo e aos outros que tem valor, que pode estar no primeiro lugar do pódio também, entre os outros. Mas aí ele se envolve com uma moça linda, Olívia, que, de diversas maneiras que não mencionarei aqui, acaba ensinando a ele, gradativamente, que a gente é isso mesmo: gente. Somos todos bem simples e dignos, cada um à sua maneira, e não importa quanto tentemos, continuaremos sempre sendo nós; eu, Carolina; você, você; Eugênio, Eugênio, e é isso. Não dá pra negarmos nossas raízes. Eugênio acaba descobrindo, também, que sucesso não é isso tudo, não; na balança da vida ele pesa MUITO menos que qualquer abraço afetuoso e verdadeiro.
É um aprendizado velho e recorrente, mas tem gente (oi, eu) que ainda esquece e precisa reaprender.

8. O Caçador de Pipas

Porque nos ensina que há livros que podem nos fazer ficar mais tristes do que ouvir Moonlight, do Beethoven, ou assistir ao Titanic a culpa é o pior dos fardos, e embora tenhamos que levar alguns sobre nossas costas, esse definitivamente não é um dos que queremos ter que carregar; como a mágoa, ela é venenosa, e se um antídoto não for aplicado, nos mata pouco a pouco. É um livro lindo, fala sobre laços de amizade que permanecem atados apesar de tudo, e sobre como toda a história de alguém pode ser encarada pelo seu protagonista através de outra ótica, quando ele está assistindo tudo através de um filtro de autorrecriminação, decepção, coitadismo (quase justificado) e diversos outros sentimentos que são consequência de ações erradas no passado, sintomas da culpa.
É um livro incrível que fala coisas que nós, na escola da vida, deveríamos saber sobre culpa e amizade.

9. Dançando Com a Morte

Esse poderia ser um especial a quem presta vestibular pra ESSA DESGRAÇA DE COMPETIÇÃO medicina, uma vez que é uma narrativa real escrita por um médico que faz reflexões lúcidas e satíricas a respeito da vida e morte e o papel dos médicos e da medicina nisso tudo, enquanto discorre sobre o cotidiano da clínica em que trabalha, num lar de idosos. Assim como Cem Anos de Solidão nos fala sobre uma solidão atemporal e inevitável, DCAM o faz com relação à morte. Ela chega para todos, e não importa quantos médicos tenhamos para nos tratar, quantos psicotrópicos tenham sido inventados e quanto a medicina tenha evoluído através dos anos, não temos como evitar ela pra sempre. Uma hora a morte bate à nossa porta e ponto, é isso, deal whit this. Ademais, o livro também reforça o pensamento de que médicos não são deuses onipotentes e oniscientes, e o dom de estender a vida ou a morte ao paciente está além de suas mãos.
Então é isso, a morte é inevitável e temos que aprender isso, e seu médico não é o super-homem.

10. O Mundo de Sofia (Resenha aqui)

Esse deveria ser leitura obrigatória por um motivo que consigo sintetizar em poucas palavras (depois de tanto textão, finalmente!): filosofia é linda, filosofia é necessária, filosofia deve ser considerada por quem quer desenvolver o intelecto e O Mundo de Sofia gira em torno dela de um jeito bem rico e pleno e é isso aí, vamos ler porque temos que aprender sobre, por favor.
Mas falando sério, estou certa de que ele realmente é um auxílio e tanto para os estudantes, na hora das provas de humanas. É um livro extremamente denso e conteudista, que faz um apanhado geral da história da filosofia tentando considerar todas as épocas e filósofos da história. Vai dos pré-socráticos aos contemporâneos, tudo sendo explorado de um jeito que empolga e cativa o leitor.

11. 1984 (Resenha aqui)

Assim como O Nome da Rosa nos atenta a autoridades religiosas e seu potencial problemático, Orwell chama a nossa atenção a autoridades e poder de maneira geral e mais abrangente. É um livro que nos mostra quão danosa a alienação pode ser, e quão terrível o totalitarismo é. Tudo isso regado a altas doses de reflexão acerca da facilidade com que podemos ser manipulados e enquadrados num padrão castrador que, se considerado de maneira apenas superficial, pode destroçar aos poucos mas de maneira violenta nossa individualidade. Esse livro ensina que ''se deixar levar pela massa'' é quase um padrão universal, e por ser a coisa mais ''fácil'' a fazer, muitos de nós estamos enquadrados nele sem perceber.
Esse livro, de uma maneira um tanto assustadora, nos ensina a zelar por nossa individualidade e senso crítico, policiando aquilo que nos cerca e pelo que nos deixamos carregar.

12. O Morro dos Ventos Uivantes (Resenha aqui)

Porque nos acomete com uma dose de realidade que funciona como um balde de água fria em nossa mania de romantizar sentimentos intensos em escalas quase doentias, como mágoa, amor, ódio, ressentimento e outros diversos sentimentos. Assim como Frankenstein nos ensina que não é a aparência exterior ou uma suposta essência pessoal que nos garante humanidade em forma de afeto e empatia, O Morro ressalta e nos faz reconhecer a bestialidade que temos presa dentro de nós, e que quando alimentada com sofrimentos e negativismo, pode fazer florescer e provocar igual dose de dor e desgraça.
As coisas não são sempre bonitinhas e romanticazinhas (?) e fofas e olha que lindo eu tô amando vamô dançar num arco-íris com a gente. O ser humano é muito mais complexo do que isso, todo mundo deve saber.

13. O Quarto Fechado (Resenha aqui)

Esse é da Lya Luft, gaúcha querida, então no vestibular aqui do Sul é bem possível que ele apareça vez ou outra. Me recordou uma lição de vida que já vi fazer falta em diversos contextos: os nossos maiores, mais significativos, destroçantes e impactantes problemas são criados e moram embaixo do nosso teto. Em nossa casa, com nossa família, com as pessoas próximas a nós. Por quê? Porque nesse ambiente depositamos o reflexo de nossas frustrações, perdas e fracassos plantados pelo mundo externo. O livro nos fala sobre uma família que se desfez de maneira gradativa e sutil, porque abrigou e serviu de ninho a todos os temores, males e tristezas de cada um de seus integrantes. Um foi se afastando do outro e imergindo em seus próprio problemas até o ponto em que eles não eram mais um todo, conectado e unido, e sim diversas partes de um antigo todo, partes que não se encaixam mais.
A reflexão acerca de todo o complexo sentimentalismo que envolve as relações interpessoais e familiares precisa ser feita por todos nós, em algum momento da vida.

14. Horizonte Perdido (Resenha aqui)

Porque nos ensina que o conhecimento tem um preço, e que ele não vale por si só. Num templo ostentoso e isolado que é cenário principal do livro, a absorção de quase todo o conhecimento que uma pessoa poderia adquirir e manter em vida é possibilitado aos personagens centrais, de maneira privilegiada. No entanto, certas abnegações devem ser feitas para tanto. Sem entrar em muitos detalhes, essa suposta dádiva é oferecida aos personagens em troca de um preço: o completo cessar de suas ligações com o mundo exterior. Noivas, namorados, pais, filhos, amigos, cidades de origem, bens e status devem ser deixados para trás. Tudo deve ser deixado para trás. Por mais famintos por conhecimento que alguns de nós, os nerdzinhos da sala, sejamos, fica inegavelmente complicado escolher o conhecimento pleno (se é que ele existe) ao colocar o resto de nossa vida na balança. Às vezes não vale a pena. Esse empasse se apresenta com muita frequência a quem está envolvido no mundo acadêmico. ''Vou atras do doutorado ou procuro formar uma família?''
É uma reflexão singular que precisa ser feita.

15. Jornada de Esperança (Resenha aqui)

Um dos aprendizados que mais gosto de enfatizar na minha vida e na vida daqueles que me cercam é esse: o planeta Terra e a natureza certamente tão (PRECISAM estar) no top 5 dos nossos bens mais preciosos, então VAMOS PARAR DE FERRAR A COISA TODA, PLEASE... Porque haverão consequências seríssimas e elas estão mais próximas do que imaginamos. É engraçado (do tipo rir pra não chorar) como nos colocamos num pedestal ao analisar essa questão. O ser humano parece se considerar inatingível e intocável por qualquer força que seja, e portanto não dá a devida atenção a esse problema que pode EXTINGUIR A GENTE, AMIGUINHOS, e nos transformar num Jogos Vorazes da vida real em que você mata o seu coleguinha por um copo de água e um pedaço de brócolis. Enfim, desabafos à parte, o livro trás um grupo de vovôs e vovós num cenário pós-apocalíptico, resultado de uma degradação terrível a que os humanos sujeitaram o planeta, explorando a natureza indiscriminadamente e... bom, a coisa não tá legal, amigos.
Leitura obrigatória porque se você tem mais de 3 anos na cara e ainda acha super aceitável ficar tocando no chão a embalagem de iogurte (é assim que escreve essa droga?) que você implorou pra sua mãe comprar, em vez de colocar na lixeira que tá a DOIS PASSOS de você, seu bosta, eu só tenho a dizer que você merece ser extinto... Talvez eu não deva ser tão radical, mas por algum sufoco você deveria passar, sim.

16. O Pequeno Príncipe (Resenha aqui)

Tá, eu sei que fica meio complicado sugerir isso como leitura obrigatória pro vestibular, é livro infantil, tem até versão com ilustrações fofas pra crianças de 6 anos e blablabla, mas como eu disse no início desse textão (eu falei que ia ser quilométrico, não falei?), aqui estou listando livros que têm um ensinamento a passar, algo a ser aprendido. O Pequeno Príncipe certamente faz juz a esse julgamento. E é especialmente apropriado ao contexto de vestibular, uma vez que ele precede, para a maioria dos estudantes, a vida adulta. O livro nos ensina que de nada vale crescer e ser adulto se, ao fazer isso, você anula tudo o que foi e pelo que passou na infância. Existem características ''infantis'' específicas que todo mundo deveria manter em si, e sem as quais a ''vida adulta'' perde o sentido.
É um aprendizado bonito.

17. Papisa Joana

Deixei para o final porque talvez eu, particularmente, considere esse livro o suprassumo (ou um dos) dessa lista. Papisa Joana é um livro incrível que retrata a história (considerada verídica por alguns, lenda por outros) que uma graduada em inglês resgatou e transformou em tema de uma de suas principais pesquisas. Ele nos apresenta a maravilhosa Joana, aquela que, ainda na idade média, teria sido a única mulher da história a alcançar um posto elevado dentro do vaticano, se tornando papa. Joana, num ambiente extremamente sexista que só dava voz e oportunidades aos homens(uma pena isso soar extremamente atual...), prova a todos que é tão ou mais capaz quanto qualquer um que tem um pênis entre as pernas. Mas, inserida naquele contexto terrível (que vemos perdurar), ela nem ao menos tem o direito de traçar sua jornada abertamente, chegando ao vaticano e tendo acesso a todos os livros e conhecimento que ansiava de maneira secreta, disfarçada de homem. Joana mostra sua genialidade nos estudos e sua força, não apenas enquanto mulher, mas também enquanto pessoa, e quebra no meio toda a imagem dissimulada que a sociedade da época pintava a respeito das mulheres.
Esse livro é um grito de liberdade contra o machismo e as barreiras que são impostas a nós, mulheres, e eu NÃO PODERIA deixá-lo de fora dessa lista.
Porque se tem uma coisa que as pessoas devem saber, dentro de uma sociedade patriarcal como infelizmente ainda é a nossa, é que a mulher tem voz, ela tem força, ela pode, ela consegue, ela faz. Todo mundo precisa saber disso, e quem ignora merece ser extinto mais ainda que o bostão (?) que tocou a embalagem de iogurte no chão.

Ufa, é isso. *Respira*
Os livros citados não estão em ordem decrescente de importância, ok? Só fiz uma lista e fui escrevendo ao passo que percorria ela, de cima a baixo. Essa lista, por sinal, teria sido MUITO maior se eu não tivesse sofrido muito (mesmo) pra reduzi-la a esses 17 títulos. Pensei em dividir em duas partes pra coisa ficar mais tolerável, mas já era, vai tudo junto mesmo. O textão sempre vai correr solto quando o assunto aqui for livros; nem tento mais evitar, é inútil.
Obs: tentei colocar fotos das capas das edições específicas que li (informação irrelevante, but whatever).

8 comentários:

  1. Acredita que nunca li nenhum deles? Mas alguns me interessaram!

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    1. Olha, eu recomendo muito eles. Alguns (poucos) não estão entre meus favoritos DA VIDA, mas todos, sem exceção, serão sempre queridos pra mim. =)

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  2. Olá! Concordo com a maioria da tua lista! Alguns eu não conhecia, outros só de nome, mas obras como 1984, Anne Frank, O Morro dos Ventos Uivantes são realmente leituras que todo jovem deveria ter. Eu incluiria mais alguns nacionais, apenas. O último livro me deixou super curiosa e vi que a avaliação dele é altíssima! Como que eu nunca ouvi falar, gente? Kkkk já guardei o nome dele aqui!

    Beijos! Adorei o post!

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    1. Bah, tu tocou num ponto interessante: poucos nacionais. Eu até já falei aqui no blog sobre isso, que não tenho bem uma carga de livros nacionais lidos. Minha relação com eles é meio morna e tô querendo mudar isso, porque até me envergonha essa falta, haha

      Papisa Joana, GENTEEEEEEEEE amo tanto! É um daqueles livros que considero leitura obrigatória pra toda mulher, toda menina, toda feminista. Maravilhosa a história dessa mulher! <3

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  3. Uou, que lista! Preciso falar de alguns: Anne Frank, estou em leitura e é realmente tocante, um título muito válido pra se ler na escola. O Pequeno Príncipe tenho uma relação complicada com ele, mas acho válido estar na listagem, tem ensinamentos bem bonitos e consideráveis!
    O Mundo de Sofia ainda não li e me pergunto porque! ehehe Conheço muita gente que leu para a escola, e sempre achei que minhas solicitações literárias da época escolar foram muito parcas. Li Dorian Grey há tempos, tempos meeesmo e, o livro me traz ideias até hoje. Tenho vontade de reler e, um dia, vai rolar! ahah Fiquei curiosa para ler Forrest Gump.
    xoxo

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    1. Acho que nós tivemos uma experiência semelhante com Pequeno Príncipe; eu ouvia falar TANTO do livro que acabei criando um expectativa enorme em cima dele, tava achando que iam rolar várias análises filosóficas e psicológicas e doidas e ''wooooowww o universo da minha mente tá sendo expandido MDSSS'' e de fato essas coisas existem no livro, sim...porém de uma maneira simplista e mais apropriada para o público infantil. O livro é lindo mesmo, mas ainda é um livro infantil e isso não é ruim, só não dá pra ir ler ele esperando encontrar o Kundera, sabe? hahaha Esse foi meu erro, mas guardo com carinho a experiência de leitura.

      Uma profe de sociologia (queridíssima) me recomendou O Mundo de Sofia, e olha: LEIA MESMO. É um livro incrível.

      Anne Frank e Dorian Grey <3
      Forest Gump é bonitinho também, mas please, não crie expectativas estratosféricas e mirabolantes por causa dos meus comentários e acabe ferrando tua experiência com o livro, ao acabar se decepcionando porque nada correspondeu às nossas expectativas haha

      Xoxo

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  4. Dessa lista, li muito poucos, mas gostei muito das suas razões para que fossem obrigatórios. Você escreve muito bem e me deixou animada para conhecer algumas dessas histórias.

    Beijos =^.^=
    http://ohamoramia.blogspot.com.br/

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    1. Eu totalmente recomendo qualquer um desses livros a todo mundo. Embora nem todos estejam entre meus favoritos, cada um deles é meu queridinho de alguma forma. <3

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