05/04/2018

Mescelânea - Março 2018

Engraçado, mas o primeiro mês do ano em que eu trabalhei integralmente 8 horas por dia (pois é, acabei conseguindo aquele cargo de pseudo prô que eu achei que só pegaria por milagre PROVAVELMENTE FOI MILAGRE MESMO) foi também meu mês mais produtivo no quesito leituras em 2018. Acho que sou uma criatura que funciona na base da rotina mesmo...

Li
Da Annya Marttinen
Foram sete livros lidos em março: Memória de Minhas Putas Tristes (Gabriel García Marquez), Cartas a Um Jovem Cientista (Edward O. Wilson), A Amiga Genial (Elena Ferrante), Albert Einstein - Personagens que mudaram o mundo (Fiona McDonald), História do Novo Sobrenome (Elena Ferrante), Assassinato no Expresso Oriente (Agatha Christie) e História de Quem Foge e de Quem Fica (Elena Ferrante).
Peguei Memória de Minhas Putas Tristes porque era do Gabriel García Marques e só, sem nem ler a resenha atrás do livro antes de tocar dentro da minha ''bolsa da biblioteca'' (uma daquelas bolsas de pano bem econômicas e simples que eu ganhei da própria biblioteca anos atrás). Aí cheguei em casa e li que era sobre um nonagenário que acorda no dia do seu aniversário de 90 anos com vontade de tirar a virgindade de uma jovem, que ele acaba encontrando no bordel de uma cafetina famosa na cidade, sua amiga de longa data.
Pedofilia. Um cara de 90 com uma criança de 14 (!!!). Eca. Como lidar?
Já fui ler com todo o receio do mundo e o nariz meio torcido.
O que se desenrolou foi uma série de reflexões e sentimentalismo que toma conta desse senhor quando ele começa a olhar em retrospecto para a própria vida, pobre de amores e sem nenhuma riqueza exuberante mesmo depois de 90 anos vividos. Ele é compelido a pensar em tudo isso especialmente inspirado pela antítese que a jovialidade, beleza e inocência da moça representam diante dele, um velho sem muito fulgor e cheio de dores.
Ele acaba nem transando com a moça (spoiler!), mas passa algumas noites na companhia dela, deitados na mesma cama.
A escrita do Gabriel García Marquez é poesia em prosa do início ao fim, me deixava encantada em cada página, apaixonada pela relação de amor e amizade que ele conseguiu estabelecer com as palavras, sendo escritor. Me fez perceber que eu estava com muita saudade de lê-lo, mais de três anos depois de ter me encantado com Cem Anos de Solidão.
O livro consegue ser lindo como só ele poderia deixá-lo, mas ainda me debato com a constatação de que aquilo é, sim, um retrato da pedofilia, por mais romantizado que pareça.
Fico com o coração dividido entre amar completamente a escrita do Gabo e olhar torto para a relação do velho com a menina, por mais bonitas que as coisas se mostrem, glamourizadas naquelas páginas. =\
Cartas a Um Jovem Cientista é um livro muito amorzinho e querido escrito pelo biólogo, cientista e maior autoridade mundial em formigas (soa um tanto irônico, mas essa visão limitada e pequena - ironia de novo, cofcof - que temos sobre o assunto é desconstruída ao longo do livro, quando percebemos que é ciência, afinal, e pra ela TODA a informação verdadeira e verificável importa), para jovens (enquanto principiantes) que querem se aventurar no caminho da ciência.
A linguagem do livro inteiro, apesar de ser *um pouco* de divulgação científica, é bem casual e aconchegante, como uma verdadeira conversa que o autor sustenta do início ao fim sem nos entediar em nenhum momento, e sempre parecendo estar ao nosso lado, falando enquanto tomamos café juntos. 
O livro parte do pressuposto de que o leitor é um cientista em construção, então também foi pretexto pra eu me sentir um pouquinho mais inteligente e engajada na causa durante a leitura, haha.
Apesar de "ser para cientistas", a escrita de Wilson encanta e cativa qualquer um, então sinta-se à vontade pra se jogar de cara mesmo que não queira chegar nem perto da área.
Uma coisa legal é como ele enfatiza que todo conhecimento é valido dentro da ciência, e que o cara que entende e decodifica os sinais que as formigas exprimem pra se comunicar através de feromônios é tão cientista quanto o que vai descobrir (amém) a cura do câncer. Estamos falando de descobertas e de conhecer o mundo ao nosso redor, em cada cantinho.
Esse livro foi um abraço pra mim (interessante sentimento, visto que estamos falando de algo que convencionalmente é visto como frio, racional e inflexível) e virou um queridinho e favorito da vida.
Wilson fala não só ao jovem cientista e suas possíveis futuras descobertas, mas muito sobre a própria carreira e estudos com as formigas. É um livro bastante pessoal também.
Fiquei tentada a escrever uma resenha individual, mas acho que seria mais proveitoso abordá-lo aqui mesmo.
Esse é um livro muito bom, interessante, curto (200 pg) e bonito, feito pra quem gosta de conversar com pessoas inteligentes com as quais você provavelmente nunca toparia em circunstâncias normais... E pra quem simplesmente se interessa por ciência, claro.
Recomendo MUITO.
Albert Einstein - Personagens que mudaram o mundo é mais um de uma coleção de pequenas (sempre 60 páginas) biografias que tenho. Quando falei da biografia de Charles Darwin, da mesma série, observei que uma das coisas bonitas que esses livros proporcionam é a aproximação à humanidade e simplicidade dessas personalidades Grandes com G maiúsculo que temos no mundo. Isso se verifica também nessa biografia do Einstein. Ele era gente como a gente - uma gente excepcional, brilhante e até absurda, mas ainda assim um semelhante, que tinha problemas no casamento, se preocupava com as próprias inclinações antissociais e reclusas (#énóis) e não compreendia bem todo o fundurço que sua própria figura causava, porque aos próprios olhos era "só um homem".
Mas além de gênio da física e da matemática, essa biografia mostra, principalmente através de varias frases de Einstein nos cantos de página e de seus posicionamentos sociopolíticos, que ele era uma pessoa imensamente sábia - e não há genialidade que supere o valor disso.
Assassinato No Expresso Oriente foi meu segundo livro da Agatha Christieeeeeeeeeeeeeeeee.
Eu ADORO o subgênero ''locked room'' (quando ocorre um crime e todos os suspeitos ficam presos em um lugar fechado sem ter pra onde fugir, enquanto nós que estamos de fora nos deleitamos com aquele banquete de suspense, tensão, expectativa e ~medinho~), então esse era um dos livros dela que mais me interessavam (juntamente com O Mistério dos Dez Negrinhos/E Não Sobrou Nenhum ALGUÉM ME CONSEGUE ESSE LIVRO LOGO ANTES QUE EU TENHA UM SURTO PSICÓTICO).
Um assassinato ocorre num trem que liga a Asia à Europa, só que o que o assassino não estava planejando era ficar preso com todos os passageiros e mais o detetive Poirot no meio do nada, graças à neve que se amontoa no meio dos trilhos em determinado ponto da viagem, impedindo a passagem e condenando todos (cadáver, suspeitos, passageiros normais e o próprio assassino) a ficar confinados naquela comitiva até sabe-se lá quando. 
Aí você coloca uma dúzia de passageiros presos no meio do nada junto com um cadáver e a certeza de que alguém ali é um assassino e vê o que acontece: tá feito o livro. :)
Os livros da Agatha Christie acabam sendo um pouquinho confusos no início porque são vários personagens, vários nomes diferentes (um mais excêntrico que o outro), várias características e vários detalhes variados que a gente vai pescando ao longo do enredo pra tentar reproduzir as cenas e tramas na nossa cabeça, enquanto tentamos desvendar o mistério, e não é fácil administrar todas essas informações (AGATHA, MULHER, COMO VOCÊ CONSEGUIAAAAAAA?!). Isso pode ser um probleminha em potencial até certo ponto, mas uma vez que você é fisgado pela narrativa, a coisa só flui.
A gente fica um tanto fascinado pela cabeça da escritora tentando entender como cabia esse monte de tramas e mistérios e detalhes no cérebro de um só ser humaninho, e você começa a admirar bastante a mulher. Se eu a encontrasse na rua, PULAVA NO PESCOÇO batendo palmas e congratulando e abraçando e enchendo de beijos porque PLMDDS VIVA VOCÊ! <3
E ahh, o final, pra mim, foi o único bom possível. Ela acertou em cheio. Em certo ponto eu pensei mas gente, quem quer que seja o assassino, vai ficar meio mééh quando surgir a revelação, porque né? Mas aí veio aquele final e eu AHH MEU DEUS SIM! - Sinta-se obrigado a ler o livro pra poder entender esse parágrafo horrível e totalmente desconexo.
A Amiga Genial, História do Novo Sobrenome e História de Quem Foge e de Quem Fica são os três primeiros volumes da tetralogia Napolitana, essa febre da Elena Ferrante que dominou a humanidade e contaminou pessoas feito uma praga do bem desde o início de sua publicação.
Eu quase tive um treco quando vi os livros na estante da biblioteca municipal de Gravataí (sério, um milésimo de segundo a mais sem autocontrole e eu teria gritado, me contive no último momento possível), porque tava sonhando com essas belezinhas há tempos.
Eu os ENGOLI como só livros excepcionais conseguem fazer com a gente. Eu chegava a ler 130, 150 páginas durante o expediente (quanto profissionalismo Carolina, nossa, tá de parabéns), comendo uma página atrás da outra em todos os momentos livres (mentira, livres nada, deveria estar trabalhando) possíveis, viciada que nem uma craqueira (?) porque simplesmente NÃO CONSEGUIA PARAR.
Eu tô falando sério, esses negócios me viciaram num nível PATOLÓGICO.  
Só que a biblioteca os recebeu como doação e a pessoa querida, cidadão do bem, benfeitor de Gravataí, te venero não mandou o terceiro, e quando eu cheguei lá pra pegar o bendito e não o encontrei ENTREI EM PÂNICO porque EU PRECISO DESSE LIVRO AGORA VOCÊS NÃO TÃO ME ENTENDENDO MDS MI SIGURA.
Fui à biblioteca do SESI, não encontrei. Pedi pra procurarem no sistema, não tinha. Liguei pra biblioteca do Sesc, nada. Liguei pra uma livraria do shopping da cidade pra perguntar o preço, tava em falta e custava os olhos da cara. O UNIVERSO ESTÁ QUERENDO ME FERRAR DE NOVO, TENHO CERTEZA.
Fiquei surtando ao lado dos meus irmãos mais novos até que eles me expulsaram de casa disseram pra baixar em PDF. AH MDS CLARO, baixei, tava com um número menor de páginas, não sabia como funcionavam as tretas dos PDF, mandei recado pra uma senhorinha no Skoob (obrigada, Cecilia!) que o tinha em casa pedindo pra ela conferir a última linha pra mim. É isso? É isso! Então fechou.
Engoli o terceiro mesmo com o pessoal no trabalho me olhando mais torto ainda por estar com o celular na mão, em vez de um livro.
A série conta a história de duas meninas que crescem juntas e constroem por toda a vida uma amizade bem intensa e conflituosa, e esses livros são tão importantes porque eles têm um olhar muito particular e atento, muito real, sobre toda a experiência de nascer, crescer e viver como mulher nesse mundo doente.
Olha, eu tô completamente encantada pela escrita de Elena Ferrante, um tanto OBCECADA querendo ler cada mísera linha que ela publicou na vida, e gostaria que todo mundo lesse esses livros, mas eles são leitura obrigatória especialmente pra nós, mulheres.
Não preciso falar muito além de LEIA JÁ porque certeza que vou escrever um textão só pra essa série aqui. Virou uma questão de saúde emocional.

Assisti
Foram três filmes e cinco temporadas de uma série assistidos em março.

Refém
É um filme baseado em fatos reais que conta a história de uma viciada em drogas que acaba virando refém, em sua própria casa, de um foragido e procurado por assassinato, que a detém desesperado para fugir da polícia que está à sua procura em todos os lugares.
O cara tá totalmente perdido e pronto até pra se matar, mas passando alguns dias com aquela moça, que em dado momento lê pra ele trechos do livro Uma Vida Com Propósitos, acaba (spoiler!) se rendendo à polícia depois de muita tensão, cumprindo sua pena até os dias de hoje (spoiler!).
O filme é meio fraquinho (seria bem lixo se não cumprisse a função de relatar uma história real), mas é interessante pensarmos em todos os desdobramentos que fizeram com que o quase-enclausuramento daquelas duas pessoas tão ferradas na vida resultasse naquele desfecho improvável e de redenção.
Uma viciada feita refém e um assassino fugido da justiça, juntos num ambiente de tensão e degradação. Eles poderiam muito bem ter se matado, mas ele se rendeu à justiça e ela se reabilitou do vício, vive feliz com uma família bem estruturada e deu uma entrevista para a Oprah.
Quem entende a raça humana?

Whiplash
Em 2018 assistindo aos filmes que eu queria ter visto antes do Oscar de 2014, #eudenovo.
É uma história bem clichê (como os críticos no Oscar cansaram de comentar) de professor tirano que exige a perfeição do aluno até quase levá-lo a entrar em colapso, mas clichê ou não (aliás, o que seria o mundo sem seus clichês?) eu entrei na onda do filme até ficar sambando no meio da sala e gostei bastante. 
Você é particularmente impressionável se gostar minimamente de música, não tem jeito.
Recomendo. (E o professor era tão louco de pedra quanto se dizia...)

Garota, Interrompida
Passou no corujão e eu fiquei assistindo até umas quatro e pouca da manhã pra dormir por duas horas e acordar às sete pra ir trabalhar. (Eu no trabalho.)
É um filme com um baita elenco feminino, incluindo Winona Ryder, Angelina Jolie e até a Elisabeth Moss de Mad Men (!), e que se passa num manicômio para mulheres em que a personagem da Winona é internada depois de uma tentativa de suicídio.
Ele acabou se consolidando como um cult através dos anos, e é provável que você já tenha cruzado com alguma imagem ou GIF seus por aí. Eu tava querendo assistir há séculos.
É interessante e um tanto complexo (até de tentar sintetizar aqui, porque ele tem uma abordagem bem subjetiva), se formos avaliar, porque a protagonista fica suspensa entre a sanidade e a insanidade, tem a vida interrompida quando é mandada ao manicômio, porque vai parar lá sem saber por que está lá. Ela sente que não é normal e tem algo de errado, mas não sabe onde está a gênese de toda essa perturbação e fica flutuando pela própria existência, sem saber bem o que tá acontecendo consigo.
Deu pra entender? Enfim.
Esse filme virou minha nova obsessão pessoal e eu fiquei sabendo que tem um livro, que agora tô querendo MUITO ler pra poder mergulhar mais nesse universo que foi criado perpassando as mentes de Susanna e Lisa e que me atraiu demais (eu já disse que sou ligada num desgraçamento mental, né?).

The Office
OUTRA COISA QUE ENTROU NA MINHA VIDA PRA VICIAR FEITO DORGA. Assisti às cinco primeiras temporadas (são nove) esse mês.
The Office nos mostra o cotidiano de um escritório com um chefe doido de pedra e um monte de funcionários bizarros que acabam afundando aquele lugar na insanidade completa durante o expediente na empresa de papel Dunder Mifflin, palco de situações absurdas e grotescas que deixam a gente rindo de nervoso porque SEN.HOR.
Os episódios são bem rapidinhos e eu tô completamente viciada nessa birosca, VOCÊS NÃO TÊM NOÇÃO.
O humor de The Office não é nada sutil e nem politicamente correto, é daqueles que nos impelem a rir pra extravasar o constrangimento de toda a nonsense que se está vendo, então acho que é um desses casos de produções que ou você AMA ou ODEIA com todas as forças.
Eu tô batendo palmas demais pra direção pelo jogo de câmeras incrível (a série é em formato de documentário) e pros atores por segurarem aqueles papéis, porque a quantidade de sentimentos doidos, reflexos das situações dementes protagonizadas por eles, que eles conseguem transmitir em cada olhar, em cada gesto, em cada esgar facial captado quando a câmera dá um zoom na cara deles é INCRÍVEL.
E o que é o papel do Steve Carrel, o chefe que é a alma da coisa? GZUIS ESSE HOMI.
Outra coisa legal pra mim é que a abertura de The Office é a única com cenas passadas ao longo da série + música, em vez de toda uma produção separada e própria, que eu consegui gostar na vida. Em geral acho preguicinha quando fazem aberturas assim, com recortes das cenas da série (a humanidade que me perdoe, mas eu achava a abertura de Gilmore Girls O CÚMULO), mas em The Office isso funciona muito bem porque a abertura é cheia de "office stuff" + musiquinha legal e combinou demais.
A série tem cumprido uma função terápica de escape em dias ruins meus, e eu preciso compartilhar essa bênção com vocês.

Links, LINKS EVERYWHERE
É o Jobs novinho, gente.

-Palavras de mulher; artigo na Hysteria em que consta a origem e evolução morfológica de palavras que remontam a toda construção social do que é dito feminino. Interessante pra caramba.

-Why we need to understand science, artigo do Carl Sagan.

-Cansada demais pra ser feminista, uma newsletter ótima da escritora Renata Correa.

-A Elena Ferrante também tá com uma coluna semanal no The Guardian (êêêêêêê!!!!) e esse texto, Even today, after a century of feminism, we can't fully be ourselves, é o meu favorito até agora.

-The Half-Wild Muse: On Writers And Their Cats; sobre a relação de amor entre escritores e gatos e o que faz com que ela seja tão aconchegante.

-Can I enjoy the art but denounce the artist?; ai, essa dúvida cruel depois de tantos escândalos e assédios...

-O guia literário definitivo para o acasalamento; eu ADORO que esse escritor fez uma pesquisa no twitter, depois de ler uma matéria, pra ver que tipo de carga literária pesava na hora da conquista e da paquera (porque, segundo dados científicos, "as pessoas têm uma tendência a mentir sobre suas preferências literárias pra impressionar") e ainda se deu ao trabalho de escrever um texto bem estereotipado, irônico e hilário sobre isso. Esse é o entretenimento jornalístico de internet que eu quero viver. #ReadingIsSexy

-Vídeo de atrizes falando sobre feminismo, suas carreiras, assédio e machismo na indústria do cinema. TODAS têm algo a acrescentar. (É compridinho, então se estiver interessado/a, pode fracionar e assistir aos poucos ao longo do mês - como eu fiz.)

-Só precisava compartilhar o vídeo desse cachorrinho maratonista mesmo VAI MUDAR SUA VIDA EU PROMETO
That's all folks.
'*'*'*'*'*'
Em vez de deixar uma imagem hoje, vou deixar o link dessa série de fotos que tirei do meu irmão e da minha cunhada quando estávamos reunidos na nossa casa pela visita de primos e tios do interior que não víamos há quase uma década (sem hipérbole aqui).
Minha câmera tem um bug desgraçado que faz com que, de vez em quando, quando ela decide, algumas fotos saiam tremidas no matter what, e aí eu tava fotografando eles pra tentar detectar um padrão (fail).
Só que acabei pegando sem querer essa cena e isso virou uma piadinha aqui em casa.
O Mateus comprou uma maldita arminha de pressão pra assaltar pessoas com mais autoridade 
[e sim, eu consegui ser imbecil o suficiente pra ele me dar um tiro nas costas em consentimento mútuo; "tá, mas dói, Mateus?", "nããã, capaz...", "sério?", "sério, é só pra brincar... Quer ver? Eu te dou um tirinho leve...", "huum... Okay, mas nas costas"
...
"PQP SEU DESGRAÇADO" (ainda tenho a marca)]
e tava brincando com ela e com a Bel, fingindo que ia atirar - porque aparentemente estava descarregada e não havia risco nem de arranhão e a Bel tava entrando na zoeira (pois SEMPRE COAGIDA). Só que em dado momento saiu uma pseudo bala sabe-se lá de onde e acertou o braço dela mesmo.
A série de fotos tiradas ao acaso acaba mostrando o contraste entre as expressões e movimentos deles antes/depois do alvejamento da Bel (Mateus abraçando ela pra pedir perdão, hahahahahaha #trouxa) e eu tô rindo muito dessa droga. (A partir da foto 7 - por favor, vejam ampliadas - a Bel já foi acertada - pra poder ficar mais nítida a diferenciação.)
Vou especificar num contrato que quero que elas entrem pra galeria da biografia que meus admiradores (óbvio) vão escrever sobre mim no futuro, porque virou uma pérola da família. ;)

Era isso. Até!

2 comentários:

  1. AMIGA DO CÉU QUANTOS DIAS DUROU O SEU MÊS??????? eu não consigo conceber a ideia de dar conta de um trabalho de 8h/dia e ler essa porrada de coisa + ter condição de assistir filmes e séries!!!!!! tô impressionada, admiro a mulher guerreira q vc é <3 hahaha

    eu apenas AMEI os seus livrinhos (assassinato no expresso do oriente é meu preferido da agatha até agora e a série napolitana eu não preciso nem falar nada) e fiquei com mais vontade ainda de assistir the office, arrasou!!

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    1. Esse não seria meu ritmo habitual mesmo, quem dera, né? Hahaha Mas o que trabalhou a meu favor foi o completo VÍCIO que tomou conta de mim com a tetralogia Napolitana e o fato de que eu tinha um prazo de sete dias pra ler cada livro - se quisesse renovar, teria que gastar quase dez dinheiros pra ir à biblioteca no centro da cidade e eu não tava a fim de gastar isso tudo, e sou neurótica com prazos, haha.
      Mas deu tudo certo e tá aí o saldo positivo do mês. :)

      Sobre The Office: nem sei como cabe em mim tamanha capacidade de ficar fissurada numa série, porque a vontade de esquecer o trabalho, os estudos e a família e viver só de The Office tá tomando conta de mim e eu não sei como parar SOCORRRRRRRRRRR
      <3

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