De Rhonda Byrne
Falei pra um amigo que os livros da minha estante já estavam
quase acabando, e ele disse que tinha um bom punhado pra me emprestar. Semana
passada chegou com dois, e um deles é esse. O Daniel (migo) veio todo animado
descortinando as ideias do livro pra mim e tudo mais e me fez prometer que eu
ia ler. Não foi difícil aquiescer, leio relativamente rápido e as cerca de 200
páginas foram digeridas em dois dias sem problemas.
O livro é de autoajuda, basicamente (embora o D. não
concorde TÔ NEM AÍ É SIMMM!), e gira todo em torno de um conceito: a lei da
atração. Mas não estamos falando de eletromagnetismo aqui; a coisa é metafísica.
O livro diz, embasando-se no relato de várias pessoas ‘’de sucesso’’ que
puseram essa prática (supostamente um grande segredo da humanidade, que vem de
séculos) a funcionar, que nossos pensamentos, sejam bons ou ruins, atraem as
coisas nas quais pensamos, mesmo que sejam negações. Quando você pensa ‘’não
quero tristeza’’, atrai tristeza, porque ela é o cerne do seu pensamento. Para
atrair o contrário, o pensamento não poderia ser ‘’não quero tristeza’’, e sim ‘’quero
felicidade’’.
Entendem a dinâmica?
Já percebemos que a coisa desconsidera
evidências científicas e leis da física porque, hellow, são os opostos que se
atraem. Mas okay, sigamos em frente (até porque não dá pra eu me alongar na
crítica levando em conta a falta de objetividade científica por motivos de eu
acredito em Deus. Enfim).
''O único motivo pelo qual as pessoas não tem o que desejam é que elas passam tempo demais pensando no que não desejam do que naquilo que de facto desejam.''
-
''Tudo que você quer você atrai,
tudo que você não quer você atrai,
tudo que você pensa você atrai."
-
“Você tem que se concentrar no que você quer e não no que não quer.”
-
''Tudo que você quer você atrai,
tudo que você não quer você atrai,
tudo que você pensa você atrai."
-
“Você tem que se concentrar no que você quer e não no que não quer.”
Entendem a dinâmica?
Você atrai aquilo no que pensa, é isso. Se está pensando no
fracasso pessoal (mesmo que de maneira a negá-lo) atrairá para si mais fracasso;
se está pensando que quer dinheiro, atrairá dinheiro; se está pensando em
doenças, atrairá aquele resfriadinho desgraçado que vai encatarrar o teu nariz por semanas; capiche? Mas como e por quê?,
você me pergunta. NÃO SEI Porque você faz parte do universo e ele é um,
você está diretamente conectado a ele, É ele, então tem o poder de agir através
dele e de si mesmo (?), pensando no que quer e tendo isso concedido a você
através de FORÇAS OCULTAS uma força maior, que é o universo, Deus, um
duende imaginário ou o coelho do Donnie Darko, você escolhe.
É um negócio totalmente indeterminado, forças imaginárias
agindo a nosso favor, vamo abraçar o universo pelados porque olha que lindo ele
nos responde e WTF que te faz pensar como essa desgraça chegou a uma editora
que se dispôs a publicá-la. (Desculpa, Daniel.)
“Sua mente tem um poder de fabricar a realidade. O que você pensa, você sente, o que você sente, você vibra, o que você vibra você atrai para si. Somos seres vibracionais que interagem com o universo.”
(Percebam que o negócio, ele é louco.)
Eu não consigo levar em conta metafísica, e discutir sobre
isso pode parecer meio incoerente porque sou cristã e o pessoal toca todo mundo
que acredita em ‘’coisas que a ciência não confirma’’ no mesmo saco (saco dOs
Idiotinhas Alienados Que Não Raciocinam Sozinhos E Só Engolem O Que Tocam Na
Garganta Deles), mas, bom, dar credibilidade a esse livro já é outra coisa. Eu até poderia fazer uma interpretação espiritual em cima disso, embasando-me no que conheço de Deus e de suas provisões (o livro até cita alguns versículos bíblicos que tratam de desejos e pedidos concedidos), mas esse não seria um fator preponderante pra me fazer aplicar a filosofia do livro à minha vida.
E mais: não quero que as coisas sejam assim (você simplesmente deseja e recebe só porque desejou), não gostaria se fossem. Até levo em conta o pensar positivo, porque o negativismo mina nossos passos e nosso emocional, podendo interferir no resultado final de nossos planos; mas estou longe de acreditar que o pensamento positivo em si atrai alguma coisa, materialmente falando. Divido que ficar pensando ''eu vou passar em medicina, eu vou passar em medicina, eu vou passar em medicina'' enquanto fico o dia inteiro sentada na frente da TV vá me garantir aprovação, e comento isso pra observar que a filosofia do livro desconsidera mérito e merecimento. Ela diz que no mundo há suficiente de tudo para que todos possam desejar o que quiser e ter suas vontades realizadas. Isso me parece um charlatanismo dos mais babacas, de modo que se agarrar cegamente a essas expectativas aparenta ser uma burrice desmedida pra mim.
Ouvi o argumento de que, sendo Deus o ''gênio do universo'' que concederia esses desejos de maneira desprendida, por ser dono de tudo, a coisa seria válida, porque ele mesmo diz que basta pedirmos bençãos pra que elas sejam concedidas. MAS Deus também não vai nem um pouquinho com a cara da mediocridade e, ao contrário, incentiva o aprimoramento pessoal através do esforço. Então, sei lá, não acho que o conteúdo do livro se salve em nenhum aspecto.
Não tenho mais muito o que falar sobre essa leitura, porque ela só me deixou um sentimento de ''por que raios estou lendo isso?!'' Tenho que admitir que, à face de uma perspectiva espiritual, alguma coisa ali talvez faça sentido; mas no geral, foram 200 páginas gastas à toa.
Não é um livro que eu compraria, tiraria da estante de uma biblioteca e levaria pra casa, JAMAIS. Li porque foi emprestado a mim e porque eu disse que leria, mas isso não me impede de achar que foi tempo perdido.
Metafísica é um assunto (embora meio louco e absurdo) até um pouco curioso, mas não estou disposta a tecer considerações a respeito disso no momento, porque além de me frustrar com essa leitura despropositada e não levar esse tópico em conta na minha vida, não é algo de meu interesse, sinceramente.
Se eu recomendo? Não mesmo; a não ser que você goste de fazer leituras que te parecem absurdas, sem sentido e que são pura encheção de linguiça. Do contrário, vá ler um gibi da Mônica, você provavelmente vai ganhar mais.
(Pelo menos a capa do livro é tri e se salva - parece de um filme do Indiana Jones, em busca de um tesouro escondido nas estranhas de uma floresta.)
Vou parar de falar por aqui porque de babaquice essa resenha já tá cheia.
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