10/03/2018

Mescelânea - Fevereiro 2018

Fevereiro, mês curto do caramba (e ainda tem meu aniversário, coisa que sempre me desanima), mas até que deu pra fazer umas cousas...

Li
Foram quatro livros lidos esse mês: Dom Quixote - Volume II (Miguel de Cervantes), Convite Para Um Homicídio (Agatha Christie), Garota Exemplar (Gillian Flynn) e O Processo (Kafka).
Terminei Dom Quixote. \o/ É o maior calhamaço que leio em bastante tempo, se encararmos os dois volumes como uma história integral - o que eles quase são.
Depois de um tempo comecei a cansar daquela ambientalização, porque afinal de contas, mais de mil páginas num só enredo não são fáceis de engolir; mas acabei os livros guardando Dom Quixote e Rocinante, Sancho Pança + seu potrinho no fundo do core. <3
Também li Convite Para Um Homicídio meu primeiro livro da Agatha Christieeeeeeeeee! Na lista de escritores/as que não sei como ainda não li em mais de 15 anos como leitora, ela era a rainha absoluta. Eu me sentia até meio absurda dizendo que nunca havia lido nada da mulher.
Tive que ficar uma manhã inteira no centro da cidade em busca de resultados de exames que sairiam com algumas horas de diferença e acabei engolindo umas 150 páginas no banco solitário de uma praça no centro da cidade, amando cada momento - inclusive quando dois senhorzinhos sentaram ao meu lado e começaram a falar sobre câncer na garganta (spoiler: um deles tratava o câncer, em suas próprias palavras, ''bebendo pra suportar'')(juro que ele disse isso)(e que saiu carregando uma cerveja dentro de um saco de papel pardo amassado, como aqueles bêbados típicos que a gente vê em filmes).
Uma manhã, numa cidadezinha pacata em que todos se conhecem, surge no jornal um convite público para o homicídio de uma senhorinha. Vários vizinhos aparecem, todos achando que aquilo é prelúdio para alguma brincadeira, mas quando estão todos no mesmo salão, as luzes se apagam, ocorre uma muvuca e uma pessoa realmente é assassinada. Passamos o livro tentando descobrir, junto com os investigadores e a Miss Marple (personagem famosíssima da Agatha) quem entre as pessoas que estavam no cômodo naquela noite é o/a assassino/a.
O livro é muito bom e o mistério muito bem arquitetado, e apesar de ter tido um semispoiler sobre o/a assassino/a, o final conseguiu me guardar surpresas.
Acabei saindo da leitura pensando na Agatha Christie como uma escritora a quem vou recorrer quando quiser "tirar uma folga" de outras leituras (e da vida, claro, mas isso é óbvio), porque ela é diversão e passatempo puros.
C.A.R.A. o que foi Garota Exemplar? Senhoooooooooor esse livro.
Quando fiquei a manhã no centro da cidade, acabei procurando a biblioteca municipal que eu não tinha explorado ainda (que vergonha, Carolina!), porque sempre tive a biblioteca na qual sou sócia bem na frente de casa e nunca precisei ir muito longe. Eu não sabia o que esperar (mentira, eu esperava miséria, porque estamos falando da minha cidade), mas quando entrei lá e comecei a andar entre as estantes fiquei enfeitiçada e LoK@ porque de cara achei trocentos livros que quero ler há tempos e nunca tive na outra biblioteca e AAAAAAAHHHHHHH. Voltei desesperadamente pra me registrar e já trouxe esse livro pra casa.
Essa coisa me descaralhou em níveis que a psicologia moderna não compreende porque a história é simplesmente insana. Tinha momentos em que eu lia um parágrafo, parava e fechava o livro pra pensar MEU SENHOR O QUE É ISSO SOCORRO, abria o livro de novo, voltava a ler, parava dois parágrafos depois novamente porque NÃO SEI LIDAR e assim ia.
Uma mulher belíssima e perfeita some inexplicavelmente no aniversário de cinco anos de seu casamento e seu marido fica sem saber como proceder, até que uma série de evidências bizarras e perturbadoras começam a apontá-lo como principal suspeito nesse casamento que, descobrimos, não era assim tão lindo, não.
A trama tecida aqui é genial e o livro tem um plot twist que nos deixa atordoados, tudo enquanto levanta uma crítica bem pertinente.
Não vou falar mais muita coisa porque em breve vou postar uma resenha (que eu escrevi bêbada de fascínio, então não me comprometo) sobre. 
Mas fica o registro prévio de que esse livro me deixou LOUCA e eu quero gritar pro mundo: LEIA JÁÁÁÁÁÁÁÁ.
O Processo, do Kafka, me mostrou que tenho uma relação meio ambígua com a escrita do cara. Não consigo me sentir cativada pela história nem pelos personagens e passo a maior parte do livro um tanto inconformada com todo o estigma que cerca o escritor... Até que o livro fala comigo, geralmente nas últimas 50 páginas, e me acerta com uma marreta no meio da cara.
Kafka dói.
K., o protagonista, é acusado de algo que desconhecemos do início ao fim do volume e passa todas as mais de 200 páginas se desdobrando entre as implicações desse processo, supostamente injusto, que movem contra ele.
Eu não me apaixono por Kafka de jeito nenhum, mas, no fim, ele sempre me diz coisas, e pra mim esse é seu mérito. Ele diz e mostra coisas sobre nossa natureza humana e errática, e sempre nos cutuca até doer.
Fiquei me debatendo entre só fazer uma menção aqui ou escrever toda uma resenha falando sobre como ele acabou me fazendo sentir e pensar, mas me convenci a ler todos (ou quase) os livros do escritor e fazer um apanhado deles, um "ensaio geral", já que eles têm mensagens bem nítidas e fáceis de sintetizar, que talvez fossem ficar desgastantes se abordadas separadamente e com muita prolixidade.
Em algum momento dos próximos 15 ou 20 anos esse texto sai, acho eu.

Assisti
*Bastardos Inglórios* (não assisti ao filme esse mês,
e sim há uns dois anos; só tô usando a referência mesmo).
Foram seis filmes e dois animes assistidos em fevereiro (segura o textão).

Juntos e Misturados
Comédia bem meia boca e clichê com o Adam Sandler e a Drew Barrymore, cheia daqueles elementos típicos (duas famílias aparentemente inconciliáveis que se juntam numa viagem exótica; casal vulgar e forçado aparecendo pra acrescentar comicidade às cenas em toda oportunidade possível; personagens absurdamente inverossímeis que surgem do nada cantando e dançando etc) e fórmulas repetidas à exaustão que eu não aguento mais ver e que foram explorados aqui no limite do ridículo.
Não valeu meu tempo.

Um Álibi Perfeito
Outro filme meia boquíssimo (?) e esquecível que assisti com minha mãe no corujão e que só valeu por termos ficado aquele tempo juntas.
Um advogado sai bêbado de uma comemoração e acaba atropelando um cara atirado no chão que obviamente tinha sido vítima de uma tentativa de assassinato pois FERRADÍSSIMO, mas pra não se encrencar o advogado acaba só chamando a ambulância e vazando. Só que dias depois um senhor que chegou depois dele e levou o outro infeliz pro hospital acaba sendo levantado como suspeito, pela morte do cara que não sobrevive, e o advogado é escalado pra atuar contra ele no tribunal; então ele se debate entre cumprir sua ética profissional livrando o senhorzinho vitimizado e querer salvar o próprio rabo... Só que o caso acaba ficando bem estranho porque o tiozinho não é bem a vítima que achávamos...
Eu não tava dando nada pelo filme porque não vi nenhum rosto conhecido no elenco (é um preconceito ridículo porque todos têm que partir de algum lugar, mas enfim) até ver o Samuel L. Jackson (senhorzinho)... Mas nem ele salvou essa joça, sério.

Johnny e June
Filme bibliográfico sobre a história de Johnny Cash (<3) e June Carter juntos, com Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon nos papéis principais. 
Eu amei demais porque adoro Johhny Cash e ele e June são um casal meio mítico da cultura pop (sabe aquela música da Katy Perry, The One That Got Away, em que ela tá velha but still diva canta ''I was Jane and you were my Johnny Cash''? É dos dois que ela tava falando avá jura carolina?), porque eles tiveram uma história muito louca e bonita (apesar dos desgraçamento DORGAS, VÍCIOS, ABSTINÊNCIA, DEGRADAÇÃO, TENTATIVA DE SUICÍDIO do começo, porque Johnny Cash é esse ser que a gente ouve cantar e sabe que sofreu na vida e sofreu com força) que durou anos (35, se não me engano) e foi até a morte dos dois: June morreu e Johnny partiu apenas quatro meses depois e eles foram enterrados lado a lado, como naquelas histórias de vida românticas meio doidas que a gente escuta sem acreditar direito.
O filme, a princípio, é pra ser só uma biografia do Johnny, tanto que nem leva o nome de June no título original; mas ao meu ver ele se encaminhou irremediavelmente para um relato da história dos dois juntos, então não acho a adaptação no título um erro cabal.
Eu gostei demais e recomendo - de preferência no áudio original, porque aquela voz dublada da Reese que é sempre absurdamente animada e alegre tipo ''OIIIISS AMIGUINHOS!1!1 VAMOS TER UM DIA FELIZ!!1! *CHUVA DE ARCO-ÍRIS ON THE SKY*'' me dá nos nervos.
Ó as fotas dos dois bem lindenhos de brinde.

Star Wars: Episódio 1 - A Ameaça Fantasma
Eu, meus irmãos e minha cunhada (sempre agregada, a querida) fomos a Gramado (também conhecida como a cidade utópica dentro do Brasil) passar um fim de semana de muitos jogos, passeios, comilanças (cachorro quente, batata frita e sushi numa mesma noite, muito obrigada), histórias e risadas na casa dos nossos primos que moram lá e tínhamos nos programado pra fazer uma maratona de Star Wars (eles ficaram horrorizados quando souberam que nunca tínhamos assistido a nenhum dos filmes) no plano original que era ficar uma semana. Como meu irmão teve que trabalhar na segunda (droga), passamos só uma noite e voltamos no domingo, e só deu pra assistir ao primeiro filme - que só eu terminei (e já emendei com metade do segundo até despencar, lá pelas quatro da madrugada) porque eles são obviamente muito fracotes e não aguentaram nem a primeira meia hora antes de começar a roncar em coma.
Trago evidências.
Pietro (primo) foi o único a ficar firme e forte ao meu lado até eu dispensá-lo ("tá, OK, eles já estão todos mortos mesmo, então acho que vocês já podem subir (eram três casas no terreno e nós dormimos na última e os primos na primeira) pra dormir de boas, sério, posso terminar sozinha"), porque dois primos já estavam roncando encandalosamente atrás de nós e eu tava com medo de que o Pietro estivesse querendo fazer o mesmo mas receoso de me deixar sozinha na cara dura na primeira noite na casa deles.
Pietro acordou os dois e foram na paz, e até agora não sei se ele poderia ter aguentado mais uma hora de filme de boas ou se tava aliviadíssimo por finalmente poder ir dormir mas foi bom ator demais e conseguiu disfarçar pra não me constranger.
Eu gostei do filme, mas ainda não caí de amores pela saga - talvez porque ela tenha essa ambientalização absurda e surreal com, tipo, trinta espécies de alienígenas em tela ao mesmo tempo, e leve um tempo para que um telespectador de primeira viagem se adapte. E o episódio um também não é dos mais amados pelos fãs, então...
Mas tô querendo muito ver a trilogia original (Harrison Foooooooooooooooord!!! - fiquei o primeiro filme inteiro com os dedos cruzados em expectativa esperando o Harrison Ford aparecer, mas claro que não; LOSER) e alguns dos mais recentes, na nossa próxima visita que acho que vai ocorrer nas férias de meio de ano, YEY!

Coração de Ferro
Noite de sábado com um grupo de amigos na casa de um deles pra jogar poker (eu finalmente aprendi a jogar poker!!! - com uma vitória por full house numa jogada final belíssima, modéstia à parte)(na verdade eu meio que sou uma das pessoas que "promovem o evento", já que só eu e um outro cara temos as fixas - minha mãe me deu de natal há uns dois anos)(sim, eu amo muito a minha mãe), comer e assistir a uns filmes.
Fiquei com o coração meio dividido também, porque esse é um daqueles filmes de guerra que repetem o clichê do herói americano, o que é uma bosta porque 2018, amigos, já tivemos o suficiente disso. 
Por outro lado, a produção tem um elenco de peso com direito a Brad Pit, o carinha de Transformers, o carinha de Percy Jackson (sempre uma bosta com nomes de famosos) e alguns outros... Incluindo o carinha que fez o Shane em TWD, e é incrível como ele sempre consegue ser um babaca que eu torço pra que morra muito.
Também tem uma ótima fotografia, bons efeitos, maquiagem e direção de arte.
Apesar de agradar aos olhos (com esses detalhes que citei acima, não com a morte e destruição, claro), a sensação que fica é de que esse é mais um filme que explora a narrativa da guerra sem acrescentar nada, só repetindo a velha entoação orgulhosa e medíocre de "nossa, como nossos homens soldados americanos eram fodas matando nazis, comendo merda de cavalo e sobrevivendo no mato enquanto se digladiavam entre si como verdadeiros machos" - convenientemente sempre esquecem de acrescentar "estuprando as mulheres das cidades que eles desocupavam", né, colegas?
Então mesmo pra quem gosta de filmes de guerra (levanto as mãos culpadas aqui), você sai um tanto frustrado (se tiver bom senso, pelo menos) em função da repetição exaustiva dessa visão errada e problemática, que é desenvolvida aqui até o limite.
(Inclusive, uma newsletter que assinei recentemente, da Taizze, em que ela convenientemente - pra mim e para esse texto - fala sobre isso.)
Como sou a dona do blog, vou ser bem narcisista e nada imparcial dizendo que só recomendo a quem quiser tirar a prova pra voltar e concordar comigo, hihihi.
Depois eu e o meu irmão assistimos ao último episódio de Breaking Bad de novo, sofrendo e sentindo muito mais uma vez, só pra matar a saudade, enquanto o pessoal já tava bêbado de sono na mesa de jogos ao lado.
#NuncaVouSuperar

Carrie, A Estranha (o de 2013)
Sen. Hor. que filminho ruim. 
Eu tava na expectativa porque hoje o cinema tem uma gama de recursos e seria o primeiro Carrie (com essa, a humanidade já teve a ousadia de tentar adaptar o livro pro cinema três vezes, e embora o primeiro, de 1976, seja o único que não assisti inteiro, tenho quase certeza de que só ele prestou) em que se usufruiria plenamente disso. E a propaganda também foi desgraçada na época de lançamento, né.
Mas peloamor, que bela merda que ficou o filme, cara.
Uma coisa que me dá nos nervos é quando pegam gente gata pra fazer papel de personagens meio zoados e que sofrem bullying, porque, mano, se eu posso fazer uso do discurso de apropriação cultural em algum momento, é nesse aqui: querem representar personagens zoados? PEGUEM ATORES MINIMAMENTE ZOADOS. PEGUEM GENTE COMO EU, PORQUE NÃO ERA POR TER A APARÊNCIA DA CHLOE MORETZ QUE EU ERA ATAZANADA EM TODO MALDITO RECREIO. GRATA.
A atriz do primeiro Carrie pra mim também foi a mais perfeita para o papel, porque ela era bonitinha, como a Carrie é um pouco no livro, mas era uma beleza *estranha* que causava *estranhamento* na gente. (A do segundo era só estranha mesmo - além de morena, se é pra gente cagar pras descrições.)
Fiquei com uma dor no coração imaginando a reação do Stephen King (ator do livro Carrie) assistido ao filme, porque se O Iluminado for mesmo essa obra-prima que todo mundo diz e ele detestou tanto, só imagino o quanto ele se revirou no sofá vendo esse crime. #PrayForKing
Nem a Julianne Moore salvou essa joça.

Também abandonei Touro Indomável, do Scorsese com o De Niro, porque tava sem noção demais, o protagonista era um bosta, eu ficava a maior parte das cenas com cara de -qqq? sem entender por que raios elas foram gravadas, não dou a mínima pra lutas e só tava gostando da fotografia, mas isso não foi o suficiente pra me convencer a ficar acordada até às quarto da madrugada (corujão) por um final no qual eu não acreditava mais.

Amnesia
Fui ver outro anime porque tava frustrada com o fracasso do último. Sinopse: uma adolescente comum com trabalho, amigos e namorado começa a ter problemas de memória e sempre acaba acordando de acidentes diferentes em que ela se envolve sem lembrar dos últimos acontecimentos de sua vida. Só que detalhe: ela tem todo um ciclo bem definido de conhecidos, e a cada acordar diferente eles simplesmente... São outras pessoas. Têm personalidades, atitudes e até espaços bem diferentes na vida dela.
Tem quatro caras com quem ela tem mais contato, e a cada acidente o namorado dela muda e é um deles; uma hora o chefe dela é um amor de gentileza e na outra é um tirano completo, outra pessoa... Enfim, depois que ela acorda as coisas mudam de maneiras absurdas, como se a protagonista simplesmente estivesse em outra vida, e a gente fica wadafãki qq ta conte seno.
Aí li a sinopse e pensei: desgraçamento mental! Problemas de memória! Mistério! Protagonista perdida na vida! VÂMO. 
...E o anime foi um ótimo exemplo de coisa que poderia ter sido mas não foi. Uma droga.
Eu gostei desse plot e acho que o enredo tinha potencial, mas ele foi MUITO mal explorado e os criadores CAGARAM em cima dessas possibilidades, porque só nos últimos dois, três episódios é que as coisas começam a evoluir e descobrimos os desdobramentos daquele universo (spoiler, já que nem recomendo que você assista: ela não acordava em vidas diferentes, mas viajava entre dimensões), mas até chegar nisso é PURA enrolação e merdice com os namorados cagados (com direito a um momento vão se ferrar, roteiristas, com um relacionamento abusivo num nível O DOENTE COLOCOU ELA NUMA JAULA) e esses "romancezinhos" que me desanimaram demais porque QUANDO ESSA DROGA VAI COMEÇAR DE VERDADE?
Começou tarde demais e foi perda de tempo.

Rozen Maiden
Esse era o anime há mais tempo na minha lista de pretensões (agora só uns que me interessaram a partir do ano passado), e acabei não curtindo muito, não.
As Rozen Maidens são bonecas mágicas e vivas (é um anime, gente; deem uma folga) que transformam em seus mestres as pessoas por quem são encontradas, e acompanhamos o cotidiano de um garotinho problemático que vira o mestre de Shinku e que acaba adotando várias outras Rozen Maidens.
Com o tempo vamos descobrindo por quem e por que elas foram criadas, e que o dever delas é lutar entre si até que sobre só uma, no Jogo de Alice.
O problema é que gosto de animes mais sérios e "sombrios", e esse não é o caso aqui. Todos os protagonistas são crianças e isso acaba fazendo com que ele tenha muito mais momentos fofinhos e descontraídos do que eu queria. Acabei me arrastando pelos mais de trinta episódios.
Pode ser que interesse alguém, mas não funcionou comigo.

Links, LINKS EVERYWHERE
-A perfeição dessa cachorrinha que viralizou no twitter é algo que foge da minha compreensão.

-A Aline Valek escreveu uma newsletter muito boa de início de ano sobre o famigerado sucesso: como estamos sempre correndo atrás dele, eternamente insatisfeitas com conquistas que não nos contentam plenamente e sobre como devemos saber sossegar e reconhecer com satisfação as coisas que já realizamos, porque talvez você já seja uma pessoa bem-sucedida e ainda não tenha se dado conta.

-Eu não conseguia acreditar no que lia (fiquei li.te.ral.men.te de boca aberta) conforme ia avançando nos parágrafos desse manifesto absurdo, comentado aqui pelo ThinkOlga, que cem mulheres francesas (artistas, intelectuais, acadêmicas) publicaram, ancorando o assédio e a violência contra a mulher porque deixa os homens, só tão seguindo a própria natureza. Esse tipo de coisa deixa patente pra mim o quanto esse movimento é necessário pra verdadeiramente SALVAR (eu disse S.A.L.V.A.R) pessoas dessa mentalidade doentia.

-Quando essa foto começou a correr nos meus feeds depois do réveillon, naturalmente acompanhada de discursos humanistas e motivacionais (dúbios, come esse texto aponta), a primeira coisa que pensei foi: mas tá, quem é o menino? Esse texto, a foto do menino negro que fala de como vemos um menino negro, evidencia o quanto é fácil cair em estereótipos raciais sem nem saber, no fim das contas, quem é o menino.

-As crianças de Stranger Things quando eram ainda mais crianças conseguiram me deixar ainda mais apaixonada.

-Um fotógrafo inverteu os papéis de gênero de propagandas publicitárias machistas (algumas são revoltantes em níveis violentos, dá nojo) de meados dos anos 50 e o contraste, consequente das normas que delimitam as funções entre os sexos a que estamos acostumados, resulta no famoso rir pra não chorar.

-Esse vídeo da Ariel Bissett discutindo como a leitura tem se tornado uma competição, especialmente na internet, ficou bem popular entre as pessoas que acompanho online (vi em umas quatro newsletters diferentes, acho), e gostei bastante.

-Há um tempo eu vinha vendo montagens de fotografias de filmes renomados com pinturas do Van Gogh sem entender quem é que começou com isso, mas amando muito. Aqui (página ótima pra quem gosta de cinema, a propósito), tem um compilado com 10 dessas imagens lindíssimas.


-Seis apresentadores da BBC que concordaram em ter seus salários reduzidos após a divulgação de dados a respeito da disparidade entre os salários dos homens e das mulheres (quem diria) na emissora.

-Faz tempo que não recomendo textos de sites que leio rotineiramente, e só artigos aleatórios com os quais topo na internet. Aqui, dois textos ótimos no Valkirias: um sobre The Crown, mulheres no poder e o paradoxo do primeiro-cavalheiro (as primeiras-damas geralmente ficam limitadas a funções em que não são definidas como autoridades reais; o mesmo aconteceria com os homens, se as posições fossem invertidas?), e outro sobre o império Playboy de Hugh Hefner e como ele não era sinônimo de liberação feminina e celebração dos desejos das mulheres tal como era dos homens, refutando as imagens falsas que seu criador pintava por aí.

-Sozinhas: vídeo sobre mulheres que sofrem, por anos e às vezes durante toda uma vida, violência e tortura de maridos e parceiros que as tiranizam. Só que detalhe: essas são mulheres do campo, que vivem, principalmente, nas fazendas de Santa Catarina. Os vizinhos mais próximos moram a no mínimo 5 km de distância e não há qualquer tipo de estabelecimento nas redondezas de suas casas, então quando seus maridos podres saem atrás delas com pás e machados (relatos reais), pra onde e pra quem elas poderiam correr em busca de socorro?
Elas não tem pra onde fugir e ninguém a quem recorrer. Não conhecem uma realidade diferente de enfrentar esses momentos de pavor inadmissível completamente sozinhas e perturbadas, escondidas embaixo da casa, entre os animais ou no meio das plantações, esperando o surto violento de seus parceiros monstruosos passar.
Fiquei consternada ao perceber que nunca, nunca tinha pensado nessas mulheres, mesmo oriunda de uma família que tem origens no campo.

-Vídeo satírico sobre "Oscar bait", expressão criada pra designar aqueles filmes bem homogêneos e clássicos (alguns diriam "clichês") feitos pra atrair Oscar, claramente aos moldes do que a academia aprova.

-Dois textos ótimos na Contente, da Luiza Voll e da Dani Arrais, respectivamente, sobre excesso de informação e tempo online e sobre ficar um pouquinho longe da internet: tempo para perceber como a internet molda nosso comportamento e férias offline: o que eu ganhei ao ficar 15 dias sem internet.

-Topei com esse vídeo da Louie Ponto, muito bem roteirizado, sobre homens abusadores (é, o assunto já é velho mas continua em alta; por que será?), onde ela faz um dos melhores apanhados que vi sobre esse assunto que (grazadeus mas ainda tá pouco) mobilizou a mídia em 2017. Tá muito bom mesmo. Assistam.
(A última informação que ela dá me enojou e desgraçou tanto, mas tanto que eu nem vou tentar colocar o sentimento em palavras.)

-Pra não acabar falando sobre gente desgraçada, aqui um vídeo do Kit Harrington vendo imitações do Jon Snow no palco do Jimmy Kimmel. 
Aquele terceiro ator é o tipo de criatura que me faz acreditar que atuar bem não é questão de talento, e sim de uma super habilidade que faz as vezes de superpoder, tipo ser o Tony Stark, porque PELOAMOR.

Pra encerrar, vou aproveitar que foi dia dos namorados na gringa postando essa foto de um ex-casal de amigos namorados que eu fotografei à beira da praia quando fomos ver o nascer do sol com um grupo de amigos numa ocasião bem louca aí - um dos alvoreceres mais queridos da minha vida, que me rende saudades eternas.
Recentemente eu postei no instagram outra foto que tirei dessa mesma amiga/conhecida com o namorado atual, agora à beira de uma lagoa, no casamento de uma outra amiga que exigiu toda uma viagem e muita folia, e que me rendeu um dos fins de semanas mais queridos (e loucos) da vida (ainda vou escrever sobre), e ela aproveitou pra me pedir pra excluir essa, porque o ex já tá até com outra e ela com outro etc, então NÉ.
Excluí do instagram, mas claro que não tive coragem de me desfazer permanentemente da foto, porque apesar dos apesares tenho carinho por ela e sou esse tipo de pessoa que guarda 1564987496852687 fotos que provavelmente nunca sairão de seus nichos abandonados em arquivos e galerias... A não ser que você tenha um blog inútil, claro.
Eu, casualmente, tenho. ;)

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